Impulsionado pelas redes sociais, o “morango do
amor” virou sensação entre os potiguares e tem lotado confeitarias de Natal,
como a Jolie. Para entender o segredo por trás do sucesso, a reportagem da
TRIBUNA DO NORTE foi conferir de perto o passo a passo da produção do doce, que
une morango fresco, brigadeiro branco e uma delicada calda caramelizada, tudo
feito com precisão, em um processo artesanal que exige técnica, controle de
temperatura e atenção aos mínimos detalhes.
Apesar da popularidade do “morango do amor”, a
produção diária do doce na Jolie Confeitaria enfrenta desafios, principalmente
por causa do clima de Natal. “Cada dia é um aprendizado novo. A gente aprende
algo a cada produção”, diz Carol Barreto, fundadora da marca. Segundo ela, a
alta umidade do ar na capital potiguar interfere diretamente no preparo, já que
o açúcar absorve água com facilidade e pode acabar derretendo.
A receita da Jolie difere da maioria: leva
brigadeiro branco em vez do tradicional, com leite Ninho, e adota um formato
arredondado, semelhante a uma coxinha, por uma escolha estética da confeiteira.
A produção do “morango do amor” é realizada na
fábrica da Jolie Confeitaria, situada no bairro de Capim Macio, em Natal. O
preparo começa com a retirada da folhagem do morango, que é cuidadosamente
envolvido por uma generosa camada de brigadeiro branco. Em seguida, o doce é
colocado em um palito e mergulhado uma única vez na calda caramelizada quente.
O excesso da cobertura é escorrido com atenção para manter o acabamento
uniforme. Por fim, o palito é retirado e a folhinha do morango é recolocada,
finalizando o doce com um visual atrativo que chama atenção nas vitrines.
“A calda precisa atingir mais de 150 graus, o
brigadeiro estar no ponto certo e o ambiente precisa estar com temperatura
controlada. É um trabalho minucioso”, afirma Carol Barreto.
Doce elevou faturamento da confeitaria
Mesmo enfrentando perdas durante o processo, o doce
já atingiu marcas expressivas: em um único dia, foram vendidas 300 unidades,
totalizando R$ 5.070 apenas com o produto. Carol Barreto afirma que o impacto
vai além da venda direta. “As pessoas chegam por causa do morango, mas acabam
levando outros itens também. Isso aumentou bastante o movimento nas lojas e nos
canais de venda”, conta.
Com a explosão de demanda, o faturamento da Jolie
cresceu entre 30% e 40% ao dia. Para manter a qualidade sem comprometer a
produção, Carol Barreto já planeja expandir a operação. A falta de mão de obra
tem sido um obstáculo. “Ainda não consegui contratar novos funcionários, mas
tenho redirecionado colaboradores das lojas para ajudarem na fábrica. Como eles
trabalham em escala, consigo fazer esse remanejamento em alguns dias”, explica.
A rotatividade do doce nas vitrines é alta, em
média, os morangos permanecem apenas 20 minutos à venda antes de se esgotarem.
A confeiteira também enfatiza a importância de manter um padrão de qualidade no
tamanho da fruta. “Nem sempre encontramos morangos no tamanho ideal. Teve um
dia em que produz o morango do amor com frutas menores, mas logo surgiram
comentários de que o morango da Jolie estava pequeno. Então, preferi manter o
padrão para não prejudicar a imagem do produto”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário