Comerciantes da praia de Caraúbas, no litoral
de Maxaranguape,
no Litoral Norte potiguar, se apressaram para retirar o que podiam de dentro
dos seus quiosques, nesta quarta-feira (16), antes do início da demolição
determinada pela Justiça Federal.
Até mesmo partes das estruturas foram retiradas para
serem reaproveitadas em outros locais.
Ao todo, quatro quiosques serão derrubados pela
prefeitura do município por causa da ordem judicial. O município foi notificado
no dia 1º de julho e recebeu prazo de 15 dias para cumprimento da medida.
Segundo a decisão, as estruturas ocupam uma
área da União de forma irregular e sem licenciamento ambiental. O processo
teve início ainda em 2008. A determinação é definitiva.
Joana Darc Vieira, que trabalha no local ao lado do
marido, Chiquinho, há mais de 30 anos, disse que investiu R$ 500 recentemente
na compra de novos guarda-sóis, na expectativa da próxima alta temporada.
Ela disse que todos foram pegos de surpresa nesta
terça-feira (15) ao receberem prazo de 24 horas para retirar tudo.
"É muita tristeza. Desde ontem que
estou sem conseguir dormir. Chamaram a gente ontem para uma reunião na
prefeitura, disseram que era para tratar sobre os quiosque, mas a gente achava,
que iam reformar, por causa da obra da BR. Quando chegamos lá, tivemos essa
surpresa", lamentou.
Os comerciantes também questionam a decisão
judicial, alegando que ela atinge apenas os quiosques e não casas de veraneio
que ficam no mesmo terreno.
A comerciante Maria Lucelita Rocha trabalhou por
mais de 30 anos na praia e afirmou que estava revoltada com a situação. De
acordo com ela, foi a própria prefeitura, em gestões anteriores, quem construiu
os quiosques.
"Traz muita revolta, porque aqui a
gente tem mais de 30 anos. Eu criei meus filhos nessa beira de praia,
trabalhando na beira de um fogão, suando. Antes as barracas da gente eram lá do
outro lado, aí tiraram a gente de lá e foi a prefeitura que construiu
aqui", afirmou.
A prefeitura de Maxaranguape informou, por meio de
nota, que a situação foi herdada de gestões anteriores e que está apenas
cumprindo a decisão judicial. O município também afirmou que vai apresentar um
novo projeto turístico para a área, com foco no desenvolvimento sustentável e
com a devida legalização ambiental.
Enquanto aguardam uma solução definitiva, os
trabalhadores da praia se reorganizam como podem. O que conseguiram salvar dos
quiosques será guardado, à espera de um recomeço.
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