domingo, 22 de junho de 2025

PT decide nova direção com foco na reeleição de Lula em 2026

 


A menos de um mês para as eleições internas do PT, a disputa pelo comando do Diretório Municipal de São Paulo segue indefinida. A sucessão é acompanhada de perto pela cúpula do partido, já que a nova direção terá a missão de mobilizar a militância na maior cidade do País durante as eleições de 2026, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve buscar a reeleição.

A importância de São Paulo no xadrez eleitoral foi reforçada por José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil durante o primeiro governo petista. Em entrevista ao canal GloboNews, Dirceu afirmou que a eleições presidencial do ano que vem será definida nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O primeiro turno do Processo de Eleição Direta (PED) está marcado para 6 de julho, com segundo turno previsto para o dia 20. Os filiados elegerão as próximas direções do partido nos níveis nacional, estadual e municipal. Na capital paulista, seis candidatos disputam a presidência do diretório, sendo que os favoritos são o ex-deputado federal Francisco Chagas e o vereador Hélio Rodrigues.

Com 9,3 milhões de eleitores, a cidade São Paulo é o maior colégio eleitoral entre os municípios brasileiros. Em 2022, Lula venceu Jair Bolsonaro por uma margem estreita de 2,1 milhões de votos – 23% deles conquistados na capital paulista. Diante da queda de popularidade do governo, reprovado por 54% dos brasileiros, dirigentes do PT consideram essencial manter a vantagem obtida na cidade para garantir um bom desempenho em 2026.

Tanto Chagas como Rodrigues concordam com essa avaliação. Ambos apontam a reeleição de Lula como prioridade da nova direção municipal, embora apresentem estratégias bem diferentes. Rodrigues defende um retorno às origens do PT, com uma guinada à esquerda. Já Chagas aposta na modernização da comunicação partidária.

“Nós temos hoje 202 mil filiados em São Paulo, mas ainda não temos um cadastro digital completo deles”, disse Chagas ao Estadão. “A ideia é criar esse cadastro para termos uma comunicação em tempo real, mais frequente e mais eficaz com os filiados e militantes. Isso permite um engajamento maior nas campanhas”, acrescentou.

Chagas também defende que a nova direção atue na organização da oposição ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) e ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele destaca que esse enfrentamento será fundamental para preparar o partido para a disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2028. “Penso, por exemplo, em propor um plebiscito para reestatizar o serviço funerário (na capital paulista).”

Com apoio da família Tatto – tradicional clã petista com base eleitoral na zona sul – e dos vereadores Alessandro Guedes e Senival Moura, Chagas iniciou a corrida interna em posição confortável. Nas últimas semanas, porém, o vereador João Ananias retirou sua candidatura e declarou apoio a Hélio Rodrigues, que vem ampliando seu arco de alianças desde o início de junho.

Rodrigues conta com o apoio do presidente estadual do PT, deputado federal Kiko Celeguim. Também o apoiam os vereadores Dheison Silva, Luna Zarattini e Nabil Bonduki, além de grande parte da bancada petista na Assembleia Legislativa. Nos bastidores, o grupo que o apoia tem sido chamado de “coalizão anti-Tattos”.

“É uma unidade que se formou em torno dos posicionamentos que venho adotando nos últimos dois anos como vereador aqui na Câmara. É também uma unidade em torno de um programa de renovação do partido, de fortalecimento dos diretórios zonais, de fortalecimento da militância. É essa a unidade que está se formando: em torno de um PT mais à esquerda”, disse Rodrigues ao Estadão.

Um ponto de convergência entre os dois principais candidatos é a defesa do fortalecimento dos 37 diretórios zonais espalhados pelas cinco regiões da capital, especialmente nas periferias. Essa estrutura é considerada essencial para organizar a campanha eleitoral do ano que vem, ampliando a presença territorial e mobilizando a base do partido.

Além de Chagas e Rodrigues, disputam ainda a presidência do Diretório Municipal do PT Bárbara Corrales, Isaias Dias, Carlos Aquino e Luciano Barbosa.

Estadão

 

 

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