De olho nas eleições de
2026, o MDB prepara um documento com as principais diretrizes e propostas que o
partido pretende apresentar em meio às articulações para definir as alianças em
torno da disputa pela Presidência da República.
De acordo com os
responsáveis pelo plano, o objetivo é apresentar o partido como uma alternativa
eleitoral, o que afasta as chances de um apoio à reeleição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), cujo governo conta com três ministros do MDB.
Internamente, o
programa que será apresentado em outubro, um ano antes das eleições, é tratado
como uma nova versão do “Ponte para o Futuro”, manifesto lançado pelo partido
em 2015, às vésperas do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff
(PT). Ele é tido como uma sinalização de ajuste fiscal dado ao mercado.
O documento serviu como
uma espécie de plano de governo do ex-presidente Michel Temer, que era vice de
Dilma e assumiu a Presidência após a destituição da petista, em agosto de 2016.
“Brasil precisa pensar
o Brasil”
Desde março, a Fundação
Ulysses Guimarães, braço de estudos do MDB, tem promovido encontros regionais
em diferentes estados com grupos de discussões com especialistas e lideranças
da legenda, sob a coordenação do ex-ministro Aldo Rebelo e do deputado federal
Alceu Moreira (MDB-RS). O projeto foi batizado de “O Brasil precisa pensar o
Brasil”.
“É muito parecido com o
Ponte para o Futuro. Que era um projeto bem construído, mas que foi feito por
um grupo de pensadores.
Este novo projeto tem capilaridade. Estamos andando pelo país inteiro,
conversando com os companheiros e pedindo para eles replicarem esses
movimentos”, afirmou ao Metrópoles Alceu Moreira, que faz críticas ao governo
Lula.
“Hoje, não temos a
mínima noção do que o Lula vai pensar amanhã de manhã. Ninguém sabe. Não tem um
projeto de país”, diz o parlamentar emedebista.
Aldo Rebelo, que foi
secretário de Relações Internacionais no primeiro mandato do prefeito de São
Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e depois trabalhou na campanha de reeleição do
emedebista, reforça o objetivo da iniciativa de apresentar a legenda como uma
alternativa para as eleições de 2026.
“O MDB tem que pensar
em uma alternativa própria e essa alternativa tem três eixos. A retomada do
crescimento da economia e do desenvolvimento como o primeiro eixo. O segundo
eixo é a redução das desigualdades e a valorização da educação. O terceiro eixo
é a valorização da democracia, ou seja, a capacidade do país de dialogar mesmo
quando houver opiniões diferentes”, afirma Rebelo.
O ex-ministro afirma
que o MDB tem “bons nomes” para uma candidatura própria, mas diz que essa
discussão ainda não está sendo feita.
Metrópoles
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