Mesmo com chuva, pau de sebo resgata tradição junina no Alecrim

 

Nem a chuva foi capaz de desanimar os participantes e o público da tradicional brincadeira do pau de sebo, na manhã deste sábado (21), no bairro do Alecrim. O evento atraiu dezenas de pessoas, entre comerciantes, moradores e curiosos, que pararam para acompanhar a escalada pelo prêmio e assistir à apresentação do trio de forró pé de serra que embalava a competição. Com um prêmio total de R$ 400, a brincadeira mantém um tradição típica das festas juninas nordestinas.

A estrutura do pau de sebo exige não apenas força física, mas também estratégia. Crisaldo da Silva, que participa da brincadeira todos os anos, diz que a chave para alcançar o topo é trabalhar em equipe. “A estratégia é deixar os mais fortes na base e ir colocando os magros mais em cima, para ir subindo. No final, a gente divide o prêmio e fica tudo certo, todo mundo se diverte mesmo na chuva”.

Entre os que encararam o desafio pela primeira vez, estava Cleiton Campos. “É muito legal a brincadeira, a gente se diverte aqui, monta a estratégia para tentar pegar o prêmio. Já conseguimos pegar uma nota de R$ 100 e vamos em busca das outras. É mais difícil porque é mais alto, mas montando uma estratégia, a gente consegue pegar o prêmio que já ajuda a comprar alguma coisa”, diz.

A organização é conduzida pelo comerciante Washington Reis. Ele lembra que a brincadeira, comum em outras regiões do Estado, estava esquecida na capital até pouco tempo atrás. “É muito comum no interior, essa tradição é muito forte e aqui em Natal, há mais de 20 anos, eu não enxergava esse tipo de brincadeira. E nós começamos tentando resgatar essa tradição. Hoje o que nós fazemos é a manutenção dessa tradição”, afirma.

A brincadeira do pau de sebo no Alecrim faz parte do calendário junino organizado pelo Bazar São Paulo, com apoio da Associação de Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA). Segundo o presidente da associação, Matheus Feitosa, o objetivo vai além da diversão. “A principal intenção é atrair olhares, dar visibilidade ao Alecrim e mostrar que, além do comércio, o bairro também é rico em cultura e história”, diz.