A Comissão de Segurança Pública da Câmara aprovou um
requerimento que solicita à Procuradoria-Geral da República (PGR) a abertura de
investigação contra o presidente Lula. O pedido, porém, só será formalmente
encaminhado se autorizado pelo presidente da Casa, Hugo Motta
(Republicanos-PB).
O colegiado aponta possíveis “abusos na conduta” do
chefe do Executivo, diante de declarações sobre a atuação da Polícia Federal e
da Controladoria-Geral da União no caso conhecido como “Farra do INSS”.
Segundo o texto, Lula teria feito declarações que
“configuram possível interferência indevida em investigações conduzidas pela
Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União”, o que poderia violar os
princípios da “legalidade, moralidade e impessoalidade administrativa”.
O foco dos parlamentares é uma entrevista concedida
por Lula em 3 de junho de 2025. Na ocasião, o presidente afirmou ter orientado
a PF e a CGU a atuar com “muita cautela” para que não houvesse “crucificações”
de entidades envolvidas na apuração.
Para os deputados, embora o discurso aparente
prudência, ele “configura forma velada de constranger órgãos de controle a
desacelerar, condicionar ou relativizar apurações em curso”.
“Farra do INSS”
A “Farra do INSS” foi revelada pelo Metrópoles e é
investigada no âmbito da Operação Sem Desconto e envolve suspeitas de que
entidades teriam realizado descontos indevidos em aposentadorias e pensões, com
prejuízo estimado em até R$ 6,3 bilhões.
Uma das entidades sob investigação é o Sindicato
Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), onde atuou José
Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente.
Apesar de não ser investigado formalmente, o
documento sustenta que a presença de Frei Chico no comando do sindicato
“levanta sérias questões sobre possíveis conflitos de interesse”.
Metrópoles – Paulo Cappelli
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