O governo dos Estados
Unidos pressionou os países da América Latina a definirem “de que lado estão”
diante da crescente tensão com o Ira, poucos dias antes da 55ª Assembleia Geral
da Organização dos Estados Americanos (OEA), marcada para começar nesta
quarta-feira (25) em Antígua e Barbuda.
Durante uma coletiva
virtual com a imprensa, uma alta funcionária do Departamento de Estado afirmou
que “esta é uma grande oportunidade para que os países da região decidam se
apoiarão um regime que é patrocinador estatal do terrorismo ou qual posição
adotarão”. A declaração se refere diretamente ao recente bombardeio americano
contra três instalações nucleares no Irã, autorizado pelo presidente Donald
Trump.
A ofensiva norte-americana
já provoca reações divergentes na América Latina. Chile, Colômbia e Brasil
condenaram o ataque por considerarem que ele viola o direito internacional e
agrava o cenário de violência. Por outro lado, a Argentina expressou apoio aos
EUA, enquanto Cuba e Venezuela demonstraram solidariedade ao regime iraniano,
seu tradicional aliado na região.
Questionada sobre uma
possível resolução da OEA sobre o Irã, a representante americana evitou
antecipar qualquer iniciativa formal, mas afirmou que “os acontecimentos do fim
de semana devem ser um tema relevante na assembleia”. Ela reforçou que “cada
país precisará tomar uma decisão sobre apoiar ou não um regime ligado ao
terrorismo”.
A 55ª Assembleia Geral da
OEA, que ocorre de 25 a 27 de junho, será a primeira sob o comando do novo
secretário-geral, o surinamês Albert Ramdin.
Ele sucedeu o uruguaio
Luis Almagro e se torna o primeiro caribenho a liderar a organização. Entre os
principais temas da pauta está a crise política e humanitária no Haiti, além
das tensões crescentes envolvendo o Irã e a presença geopolítica dos EUA e da
China no continente.
O Departamento de Estado
dos EUA afirmou que sua delegação trabalhará para reafirmar a liderança
americana no hemisfério, apoiar a governança democrática e o Estado de Direito.
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