A Anvisa aprovou o Mounjaro (tirzepatida),
comercializado no Brasil pela farmacêutica Eli Lilly, para o tratamento de
sobrepeso com comorbidades ou obesidade, nesta segunda-feira (9), conforme
publicação no Diário Oficial da União. Anteriormente, em setembro de 2023, o
medicamento já havia sido autorizado pela agência para o tratamento do diabetes
tipo 2.
A decisão considerou os resultados de estudos
clínicos que demonstraram a eficácia e segurança do medicamento no tratamento
da obesidade.
O Mounjaro é um fármaco que atua nos receptores
GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon) e GIP (polipeptídeo insulinotrópico
dependente de glicose), hormônios intestinais que auxiliam no controle do
metabolismo energético —especialmente na regulação da glicose e do apetite.
Em estudos recentes, o medicamento se mostrou eficaz
em pessoas com sobrepeso ou obesidade (sem diabetes), que perderam, em média,
até 22,5% do peso corporal, quando combinado com dieta e exercícios.
A tirzepatida foi comparada com a semaglutida
(substância usada em remédios como Ozempic e Wegovy) em outra pesquisa. Cerca
de 65% dos pacientes perderam pelo menos 15% do peso, e 20% perderam 30% ou
mais com o uso do medicamento.
Além da perda de peso, os participantes que usaram
tirzepatida também apresentaram melhora na pressão arterial, colesterol e
gordura abdominal —fatores importantes para a saúde cardiovascular.
A obesidade é uma doença crônica que afeta mais de 1
bilhão de pessoas no mundo — sendo 40 milhões no Brasil, o equivalente a um em
cada quatro adultos.
A condição está ligada a mais de 200 complicações,
incluindo aumento no risco de diabetes tipo 2 (243%), doenças cardíacas (69%) e
hipertensão (113%). Segundo a World Obesity Federation, até 2045, 75% dos
adultos brasileiros poderão ter obesidade ou sobrepeso.
Em nota oficial à Folha, o diretor sênior da área
médica da Eli Lilly no Brasil, Luiz Magno, afirmou que “as novas opções de
tratamento trazem mais oportunidades para quem vive com obesidade e está à
procura de melhores alternativas para controle de peso”.
Ele também reforçou que “a obesidade é diferente de
um desejo social de emagrecer. A Lilly não promove ou encoraja o uso de
medicamentos para fins estéticos e entende que essa prática só estigmatiza
ainda mais a medicação para os pacientes que realmente precisam dela para ter
benefícios para a saúde.”
Folha de S. Paulo

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