O líder da bancada de oposição no Congresso
Nacional, o senador norteriograndense Rogério Marinho (PL), estranha o silêncio
do governo federal em relação a alta da taxa de básica de juros da economia do
país, a chamada Taxa Selic, que saiu de 14,75% para 15% na quarta-feira (18),
por decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Mas Rogério Marinho destacou o fato de que o atual
presidente do BC, Gabriel Galípolo, empossado no cargo em janeiro de 2025 em
substituição a Roberto Campos Neto, foi indicado e nomeado pelo presidente Lula
(PT). “O nome do presidente do Banco Central é Galípolo, repita comigo,
Galípolo, indicado por Lula. Hoje os juros que são cobrados, estratosféricos,
foram definidos por Galípolo e pela maioria dos indicados do presidente Lula”,
ironizou o senador, nas redes sociais, ao cobrar posicionamentos do líder do
governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e da ministra-chefe da
Secretaria de Relações Institucionais da presidência da República, a deputada
federal licenciada Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Rogério Marinho mencionou que Campos passou dois
anos na presidência do BC e era tido por Lula e PT como culpado pela escalada
de alta da Taxa Selic: “Não foi ele, com essa política fiscal absolutamente
irresponsável, que impediu que nós tivéssemos a trajetória descendente dos
juros, isso inibe o investimento no Brasil. Isso gera insegurança para quem é
empreendedor ou quem financia o governo brasileiro através da compra dos
títulos de dívida pública”.
Marinho alertou que “isso gera problema na nossa
questão do câmbio”, mas o presidente Lula “ Ele foi dizer, recentemente, que o
brasileiro não come dólar. Para Marinho, “ele (presidente) não entende, talvez,
que a gente compra produtos importantes que são insumos, tanto alimentares como
para a nossa indústria, em dólar”.
O deputado federal General Girão também criticou a
postura do governo Lula, que nada disse sobre a Selic ter deixado ao mesmo
nível de 2006, justamente no último ano do seu primeiro mandato presidencial:
“O PT não tem mais Roberto Campos para culpar, e mesmo assim o governo segue
perdendo a guerra para a inflação”.
Girão completou, dizendo que “a política econômica
do governo Lula se mostra ineficaz e quem paga a conta é o povo”.
Da base de Lula, a deputada federal Natália
Bonavides chegou a se manifestar nas redes sociais, considerando “um absurdo e
inaceitável” a elevação da Selic. “É urgente uma guinada nessa política que só
beneficia quem especula, e não quem produz. O presidente do BC precisa mudar de
postura diante das pressões do capital financeiro, não há nenhuma teoria
econômica que justifique isso como razoável”.
O ex-presidente do BC, Campos Neto, quebrou o
silêncio após a autoridade monetária elevar os juros ao patamar de 15%, a maior
taxa em 20 anos. “Eu poderia falar: ‘Viu? Me criticaram tanto e agora a taxa
está maior’. Mas minha honestidade intelectual não me deixa embarcar nessa. Eu
teria feito a mesma coisa”, disse.
“Acho que o ganho de credibilidade frente ao custo
monetário era claramente favorável a este último ajuste, dada a necessidade de
reverter as expectativas desancoradas”, relatou Campos Neto.Durante o seu mandato
à frente do BC, que começou em 2019 e acabou no começo do ano, Campos Neto
elevou a Selic de 2% para 13,75%, em um dos maiores ciclos de alta dos juros da
história recente do Brasil.
Ao justificar a alta da Selic. O Copom considerou
que “o ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto em função
da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca
de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos”.
Além disso, segundo nota do BC, “o comportamento e a
volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com
reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela
por parte de países emergentes em ambiente de acirramento da tensão
geopolítica”.
Tribuna do Norte
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