O TCU (Tribunal de Contas da União) vai apurar a
licitação de publicidade dos Correios, que estabelece gastos de até R$ 380
milhões por ano.
A decisão foi motivada por reportagem do site
Poder360, que mostrou que 3 das 4 agências finalistas do certame têm ligações
com escândalos envolvendo o PT no passado.
Segundo o ministro Jhonatan de Jesus, relator do
caso, os critérios adotados pela estatal serão avaliados. Hoje, a seleção é
feita segundo a “melhor técnica”. De acordo com a Corte, se o preço fosse uma
das condições, poderia haver ofertas mais econômicas.
“A unidade técnica entende serem necessários
esclarecimentos quanto à adoção do critério de julgamento ‘melhor técnica’, em
vez de ‘técnica e preço’, em licitação que envolve serviços passíveis de serem
prestados por grande número de empresas, atuantes em mercado competitivo, e
que, possivelmente, teriam condições de apresentar melhores ofertas caso o
preço também fosse ponderado na avaliação das propostas“, disse o ministro
em despacho.
A área técnica da Corte avaliou que o critério
adotado pela estatal, de “melhor técnica”, pode indicar direcionamento.
“Não consta destes autos a motivação circunstanciada
para a escolha do critério de julgamento melhor técnica, em detrimento do de
julgamento técnica e preço, fato que pode indicar possível direcionamento do
certame e a contratação de serviços por valores acima dos praticados no mercado“,
disse.
A representação ao TCU foi feita pelo deputado
estadual por São Paulo, Leonardo Siqueira (Novo). Ele pediu a
suspensão da licitação de publicidade dos Correios. Isso ainda pode acontecer,
mas o tribunal entendeu ser melhor realizar audiências preliminares.
Entenda o caso
Três das quatro agências finalistas da licitação já
tiveram relação com algum escândalo do PT no passado. Segundo o deputado, há 4
indícios de irregularidade na licitação.
Eis a lista:
- Utilização
indevida de recursos públicos – a licitação
prevê gastos de R$ 380 milhões enquanto a estatal enfrenta a maior crise
financeira da história. Segundo o deputado, pode ser uma afronta aos
princípios da economicidade e eficiência;
- Possível
direcionamento – segundo ele, o histórico das
empresas pode indicar favorecimento indevido e violação do princípio da
impessoalidade;
- Risco
de dano ao erário – a escolha de agências
menores e desclassificação das maiores, para o deputado, sugere possível
má gestão dos recursos e descumprimento dos princípios da vantajosidade e
competitividade;
- Violação
à moralidade administrativa – para
Leonardo Siqueira, a vinculação das empresas contratadas a figuras
envolvidas em escândalos de corrupção pode comprometer a credibilidade do
processo.
A licitação milionária é realizada em um momento
ruim para os Correios financeiramente. A empresa fechou 2024 com
um rombo de R$ 3,2 bilhões –o 2º ano do governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o pior da história
para as estatais. Só em janeiro de 2025, o rombo estimado da estatal federal
foi de R$ 424 milhões.
O processo está na etapa de análise de recursos das
agências desclassificadas. Caso algum seja aceito, o certame pode se alongar
para além da 1ª semana de abril.
Poder 360

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