Viver mais e com saúde é o desejo de muita gente.
Quem busca longevidade geralmente pensa logo em alimentação equilibrada e
prática de exercícios. Mas será que só isso basta?
Médicos ouvidos pelo Metrópoles destacam
outros hábitos que também fazem diferença e podem ajudar a manter o corpo e a
mente funcionando bem com o passar dos anos. Confira:
1. Dormir bem é fundamental
Um dos pilares menos valorizados da longevidade é o
sono. De acordo com o clínico geral e geriatra Natan Chehter, membro da
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e do Hospital Estadual
Mário Covas, é durante o sono que o corpo se recupera e o cérebro consolida
memórias e experiências.
“É o momento em que as células se regeneram, em que
as conexões feitas ao longo do dia são armazenadas. Você vai criar memórias,
descansar e preparar o corpo para funcionar bem nas 24 horas seguintes”, explica
o médico.
Dormir bem regularmente está associado à menor
incidência de doenças cardiovasculares, melhor saúde mental e menor risco de
declínio cognitivo. A dica, segundo especialistas, é manter uma rotina regular
de horários de ir para a cama e evitar estímulos como telas e cafeína próximo
da hora de dormir.
2. Cuidar da saúde mental
A saúde da mente tem impacto direto na expectativa de vida. O
geriatra Marcelo Leonardo Araujo Campos, da Rede Mater Dei de Saúde, destaca
que transtornos como depressão e ansiedade crônicas estão ligados ao aumento do
risco de doenças cardíacas e ao envelhecimento precoce do cérebro.
“Manter o equilíbrio emocional ajuda a reduzir os
níveis de estresse e inflamação, além de proteger o coração”, afirma o
especialista. Ele ressalta que práticas como a meditação são aliadas poderosas
para manter a saúde mental em dia, assim como a socialização.
3. Sol na medida certa
Tomar sol diariamente, com moderação e proteção,
pode contribuir para uma vida mais longa. A exposição solar é uma das
principais formas de ativar a produção de vitamina D no organismo, nutriente
essencial para a saúde óssea e muscular.
“A vitamina D ajuda na calcificação dos ossos e tem
papel importante na saúde muscular”, explica Chehter. O médico alerta, no
entanto, que a exposição excessiva pode aumentar o risco de câncer de pele.
Mesmo com exposição regular ao sol, é comum que
idosos tenham níveis baixos de vitamina D, por conta do envelhecimento da pele.
Por isso, o ideal é monitorar a dosagem em exames e, se necessário, fazer
suplementação sob orientação médica.
4. Exercitar o cérebro é importante
Assim como o corpo, o cérebro precisa ser estimulado
ao longo da vida. De acordo com Campos, manter a mente ativa ajuda a prevenir doenças neurodegenerativas e melhora a
qualidade de vida na velhice.
“Aprender um novo idioma, tocar um instrumento ou
adquirir novas habilidades são formas eficazes de fortalecer as conexões
neurais”, afirma.
Atividades como leitura, jogos de raciocínio — como
xadrez e palavras cruzadas — e a participação em debates também fazem parte
desse pacote. Os estímulos variados ajudam a manter o cérebro dinâmico,
promovem autonomia e reduzem o risco de isolamento e declínio cognitivo.
5. Manter laços sociais fortalece o corpo e a mente
A convivência com outras pessoas é mais importante
do que parece quando se fala em viver mais. Ter uma rede de apoio, manter
contato com amigos e familiares e participar de atividades sociais são atitudes
que ajudam a prevenir a depressão, reduzem a ansiedade e trazem mais bem-estar.
“O senso de pertencimento e o apoio emocional
proporcionados pelas conexões sociais contribuem para reduzir o risco de
doenças cardíacas e melhorar a saúde mental”, explica Campos.
6. Evitar vícios e controlar doenças crônicas
Evitar o cigarro e o consumo excessivo de álcool
continua sendo uma das medidas mais eficazes para quem quer viver mais. Essas
substâncias aumentam o risco de inflamações, comprometem o sistema
cardiovascular e favorecem o aparecimento de doenças como câncer, diabetes e
hipertensão.
“Além de manter hábitos saudáveis, é importante que
a pessoa tenha controle das suas comorbidades clínicas. Hipertensão, diabetes e
colesterol precisam estar bem acompanhados”, afirma Chehter.
Segundo o médico, o bom controle de doenças crônicas
reduz complicações e melhora a qualidade de vida, principalmente a partir da
meia-idade.

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