Aquecimento global torna arroz mais
tóxico, segundo um estudo recente publicado na
revista The Lancet
Planetary Health. O arroz, que é base alimentar de bilhões de
pessoas, pode sofrer alterações prejudiciais à saúde devido ao aumento das
temperaturas e à concentração de dióxido de carbono (CO₂).
De acordo com a pesquisa, essas mudanças climáticas
elevam os níveis de arsênio inorgânico presentes no grão. Essa substância,
altamente tóxica, está associada ao desenvolvimento de doenças como câncer,
diabetes e problemas cardiovasculares.
Além disso, os pesquisadores alertam que a absorção
de arsênio pelo arroz se intensifica em condições de calor extremo. O estudo
foi realizado ao longo de quase uma década no sul da China, utilizando
plataformas ao ar livre que simulam cenários climáticos futuros.
Dessa forma, o arroz cultivado sob essas condições
apresentou maior teor de arsênio. Como resultado, torna-se um risco alimentar,
especialmente para populações que consomem o grão diariamente.
Impacto na saúde pública e segurança
alimentar
Ainda segundo os especialistas, se nenhuma medida
for tomada, bilhões de pessoas poderão estar em risco até 2050. O arsênio inorgânico,
presente naturalmente em alguns solos e águas, pode atingir níveis perigosos no
arroz com o agravamento do aquecimento global.
Os cientistas reforçam a necessidade de mudanças nas
práticas agrícolas. Conforme o estudo, a forma tradicional de cultivo em campos
alagados favorece a absorção da toxina.
Portanto, é essencial investir em soluções
sustentáveis e conscientes para a produção de arroz, reduzindo a toxicidade sem
comprometer o abastecimento global.
Como reduzir os riscos no futuro
Entre as soluções apontadas, os pesquisadores
destacam o manejo hídrico mais eficiente, além do desenvolvimento de variedades
de arroz menos suscetíveis à contaminação.
A implementação de políticas públicas que combatam o
aquecimento global se torna fundamental. Com isso, é possível proteger não
apenas a produção agrícola, mas também a saúde das futuras gerações.
O alerta serve como estímulo para ações urgentes de
governos, cientistas e produtores. A segurança alimentar e a saúde pública
dependem dessas escolhas.

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