Os "mercadinhos de prédio" tiveram um
crescimento de 53,5% em 2024, na comparação anual, segundo dados da Apas
(Associação Paulista de Supermercados).
Aberta 24 horas por dia, sete dias por semana, a
versão compacta do mercado tradicional costuma ficar nas áreas de lazer de
edifícios residenciais ou comerciais. A um elevador de distância, a
conveniência é o principal atrativo.
Enquanto isso, formatos tradicionais de
supermercados e hipermercados registraram queda de 10,1% no mesmo período. Já
hortifrútis cresceram 23,6%, minimercados avançaram 11,1%, e atacadistas, 8,1%.
Ao todo, existem 26.965 estabelecimentos do setor
supermercadista no estado de São Paulo. Destes, 65% são de micro e pequeno
porte, 16% de médio porte e 19% de grande porte.
Para Carlos Correa, diretor-geral da Apas, o dado
demonstra uma mudança no perfil do setor. "Antes, as pequenas lojas
cumpriam esse papel mercadinho de família. Hoje, tanto as pequenas quanto as
médias redes apostam em relação mais próxima com os consumidores",
afirmou, em evento à imprensa nesta quarta-feira (23).
Um dos exemplos debatidos foi o da Oxxo, franquia
mexicana de minimercados que chegou ao Brasil durante a pandemia e é associada
da associação. "É um modelo para cidades com grande concentração
demográfica e o custo imobiliário é muito alto, mas aqui no Brasil são 600
lojas, no México são 20 mil, e dá para ver a sede que eles têm de evoluir no
país", diz o diretor-geral.
MERCADOS ESTÃO OTIMISTAS
O setor supermercadista paulista ocupa 30,7% de
participação no faturamento nacional e 2,8% no PIB (Produto Interno Bruto) do
país. Em 2024, faturou R$ 328 bilhões, o que representa crescimento real de 3%,
se comparado a 2023.
A cidade de São Paulo respondeu por 38,7% do saldo
de novas lojas do setor em todo o estado, com 1.466 inauguradas e 434 fechadas
no ano passado. A média geral de crescimento foi de 11%, observado
principalmente em cidades do ABC, em Guarulhos e na Baixada Santista.
"Não estamos tão pessimistas quanto o mercado
financeiro", afirma Felipe Queiróz, economista-chefe da Apas. O grupo
observa uma diminuição da inflação para alimentos como carne, óleo, arroz e
produtos hortifrúti.
PERFIL DOS FUNCIONÁRIOS TAMBÉM MUDA
O presidente da associação, Erlon Ortega, diz
observar uma participação maior dos mais velhos em vagas de supermercado. Entre
2023 e 2024, houve crescimento de 1,2% na faixa etária acima de 50 anos.
O grupo é o que recebeu salário médio maior no ano
passado, entre R$ 2.407 e R$ 2.506, e tem maior tempo de permanência na
carreira, segundo o presidente.
A quantidade de mulheres em supermercados também
aumentou, representando 75% das 22 mil novas vagas ocupadas em São Paulo em
2024. Setor tem 357 mil vagas abertas em todo o país.
Também houve aumento de funcionários com deficiência
(alta de 24,2% entre 2020 e 2024, ante 14,7% do avanço total do setor). Felipe
Queiróz acredita que dado está relacionado com um aumento de políticas de
inclusão.
Folha de São Paulo

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