sexta-feira, 18 de abril de 2025

Infraestrutura urbana avança no RN, mas faltam ciclovias e acessibilidade

 


O Rio Grande do Norte figura entre os estados com melhores indicadores de infraestrutura urbana no Brasil, segundo a mais recente pesquisa “Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios”, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados integram o Censo Demográfico 2022 e foram apresentados nesta quinta-feira (17), revelando um panorama detalhado das condições urbanas em todos os municípios potiguares.

De acordo com o levantamento, 98,5% dos moradores do estado vivem em ruas com iluminação pública, o que posiciona o Rio Grande do Norte na 4ª colocação nacional e na 2ª no Nordeste. O estado também se destacou na proporção de vias com calçadas (86,7%) e na presença de rampas para cadeirantes (14,1%), ambos entre os três melhores resultados da região.

As vias pavimentadas estão presentes em 84,1% das áreas residenciais, enquanto 66,1% das ruas contam com pelo menos uma árvore, colocando o estado na terceira posição nordestina em arborização. O acesso à circulação de veículos de transporte de carga, ônibus e caminhões atinge 90,3% dos moradores, número também considerado alto.

Apesar dos bons números, a pesquisa revelou que apenas 10,8% das calçadas estão livres de obstáculos e só 0,9% das vias possuem sinalização adequada para ciclistas, demonstrando deficiências no incentivo à mobilidade ativa. Além disso, 19,2% das ruas contam com bueiros ou bocas de lobo, essenciais para a drenagem urbana, e somente 3,9% dos domicílios têm acesso próximo a pontos de ônibus ou vans, apontando falhas estruturais no transporte coletivo.

Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, os resultados foram variados. Na capital, Natal, a principal marca foi a maior proporção de vias com bueiros ou bocas de lobo (35,2%), além de bom desempenho na oferta de rampas de acessibilidade (18,2%). Mossoró, por sua vez, teve destaque em arborização (74,7%) e presença de calçadas (94,5%). Já Parnamirim liderou com 96,5% das vias aptas à circulação de veículos pesados e 90,5% de pavimentação.

São Gonçalo do Amarante foi o município com maior presença de vias com sinalização para bicicletas (2,2%) e iluminação pública (98,8%), mas também registrou os piores índices de arborização (56,7%) e bueiros (11,6%).

O levantamento também destacou desigualdades significativas entre os municípios menores. As cidades de Pilões, João Dias e Jardim de Angicos atingiram 100% de cobertura em vias com circulação de caminhões e ônibus, enquanto Tibau do Sul e Maxaranguape não alcançaram nem 51% nesse indicador.

Quando se trata de pavimentação, Riacho da Cruz (99,4%), Jundiá (98,9%) e São Vicente (98,6%) estão entre os melhores. No outro extremo, Poço Branco (35,5%) e Galinhos (37,2%) têm os piores índices do estado.

De acordo com o IBGE, os dados são estratégicos para a formulação de políticas públicas baseadas em evidências, contribuindo para o cumprimento de marcos legais como o Estatuto das Cidades, além de compromissos internacionais como a Agenda 2030 e a Nova Agenda Urbana da ONU.

Acessibilidade, sinalização e iluminação

A cobertura de iluminação pública apresentou um cenário mais positivo. Oito municípios, entre eles Viçosa, Serrinha, Riachuelo e João Dias, atingiram 100% de cobertura. Mesmo os piores colocados, como Lajes Pintadas (91,7%) e Tibau do Sul (93,3%), superaram a marca de 90%.

Em relação à acessibilidade, apenas cinco municípios superaram 35% de cobertura em vias com rampas para cadeirantes: Lagoa de Velhos (44,7%), Doutor Severiano (44,7%), Ruy Barbosa (42,5%), Ouro Branco (38,4%) e Jundiá (36,8%). Por outro lado, Bodó, Vila Flor e Senador Georgino Avelino não registraram nenhuma via com esse tipo de infraestrutura.

No quesito sinalização para ciclistas, a realidade é ainda mais crítica: 123 municípios potiguares não possuem nenhuma via sinalizada para bicicletas. Os melhores colocados, como Caraúbas (6,1%) e São Vicente (6,07%), ainda registraram percentuais bastante baixos, o que indica a necessidade de políticas voltadas para a mobilidade sustentável.

Embora o RN tenha um dos maiores percentuais de calçadas do país, com 86,7% das vias urbanas contendo passeios, a pesquisa revelou um problema recorrente: 75,9% dessas calçadas têm algum tipo de obstáculo. Municípios como Francisco Dantas, Felipe Guerra e Doutor Severiano apresentaram altas taxas de presença de calçadas, mas também lideraram no índice de obstáculos, o que compromete a acessibilidade e a segurança dos pedestres.

A pesquisa também mostrou uma correlação direta entre acesso a serviços públicos e melhores condições urbanísticas. Domicílios ligados à rede de água, com coleta de lixo regular e banheiro exclusivo apresentaram, em geral, melhores indicadores no entorno urbano, como vias pavimentadas, iluminação pública e calçadas.

  • Infraestrutura e condições urbanísticas no RN

98%
dos domicílios em vias com iluminação pública
66,1%
Vias com ao menos 1 árvore
86,7%
das vias com calçadas
75,9%
calçadas com algum tipo de obstáculo
84,1%
Vias pavimentadas
14,1%
Vias com rampas para cadeirantes

Fonte: IBGE

 

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