O grupo que tramou o assassinato do então prefeito
de João Dias, no Rio Grande do Norte, agora planejava um atentado contra a
atual gestora do município. É o que revela um aditamento apresentado pelo
Ministério Público do RN (MPRN), que ampliou o número de denunciados no caso
envolvendo o homicídio de Francisco Damião de Oliveira, conhecido como Marcelo
Oliveira, e de seu pai, Sandi Alves de Oliveira, além da tentativa de homicídio
do motorista Alcino Gomes da Silva, em agosto de 2024.
O novo documento formalizado pelo MPRN, por meio do
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), aponta a
existência de uma organização criminosa articulada, com divisão de tarefas,
voltada à prática de crimes graves. Entre os novos alvos estão Damária Jácome
de Oliveira e Leidiane Jácome de Oliveira, apontadas como mentoras intelectuais
do grupo. As duas são consideradas foragidas.
Segundo o Ministério Público, mesmo após a prisão de
parte dos envolvidos, o núcleo intelectual da organização continuava atuante e
passou a planejar o assassinato da atual prefeita Maria de Fátima Mesquita da
Silva, viúva de Marcelo Oliveira.
Com o aditamento, o número de denunciados chega a
14. A denúncia original já havia apontado Francisco Emerson Lopes da Silva,
Jadson Rodrigues Rolemberg, Heliton Leandro Barbosa da Silva e Rubens Gama da
Silva como envolvidos no crime. Agora, a lista inclui:
- Damária
Jácome de Oliveira
- Leidiane
Jácome de Oliveira
- Weverton
Claudino Batista
- Carlos
André Claudino
- Marcelo
Alves da Silva
- Everton
Renan Fernandes Dantas
- Olanir
Gama da Silva
- Thomas
Vitor Soares Pereira Tomaz
- Gildivan
Júnior da Costa
Parte dos acusados está presa nas unidades de
Caraúbas e Mossoró. Outros permanecem foragidos. A motivação dos crimes,
segundo o MPRN, foi vingança política e pessoal. A promotoria afirma que os
envolvidos "atuaram em comunhão de desígnios, com divisão de tarefas e com
a intenção de assegurar a execução do duplo homicídio qualificado".
A estrutura da organização era composta por:
- Mentoras
intelectuais: Damária Jácome e Leidiane
Jácome
- Articulação: Olanir
Gama da Silva
- Execução: Heliton
Leandro, Francisco Emerson, Jadson Rolemberg e Gildivan Júnior
- Logística
e transporte: Thomas Vitor e Rubens Gama
- Apoio
material e informacional: Weverton
Claudino, Everton Fernandes, Carlos André e Marcelo Alves
Um dos membros, Josenilson Martins da Silva, foi
encontrado morto em outubro de 2024, na zona rural de Antônio Martins.
O conflito entre os grupos rivais tem raízes na
eleição de 2020, quando Marcelo foi eleito prefeito e Damária, vice-prefeita.
Ambos representavam famílias políticas influentes: os Oliveira e os Jácome.
Após sete meses no cargo, Marcelo se afastou, alegando coação. Damária assumiu
a prefeitura, mas em 2022, uma decisão judicial determinou o retorno de Marcelo
ao cargo. Em seguida, Damária e seu pai, o vereador Laete Jácome, foram
afastados e tiveram mandados de prisão expedidos.
A Polícia Civil aponta que o retorno de Marcelo ao
cargo intensificou a rivalidade. A família Jácome o responsabilizava pela morte
de dois irmãos em confronto com a polícia na Bahia e pela prisão de um
terceiro, acusado de tráfico de drogas. Também o acusavam de colaborar com
apreensões de armamentos ilegais. A tensão culminou na execução de Marcelo e de
seu pai, em 2024.
Agora, segundo as autoridades, o grupo pretendia
repetir o atentado contra a atual prefeita, viúva do ex-gestor assassinado. As
investigações continuam para localizar os foragidos e impedir novos atos
violentos no município.
Portal 96
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