O diretor do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário
Internacional (FMI), Rodrigo Valdés, enfatizou que o Brasil tem um “desafio
fiscal muito forte” e que um ponto central é se o governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva apresentará novas medidas para conter o crescimento da
dívida pública.
“O Brasil tem um desafio fiscal muito forte, e eles
estão tomando medidas para estabilizar a dívida, mas a discussão que temos com
eles é se teremos mais ações nesta direção”, afirmou ele em entrevista
coletiva.
O FMI estima que o peso da dívida pública no Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro deve aumentar de 87,3%, em 2024, para 92% neste
ano. Ao fim do governo Lula, o organismo estima piora de mais de 12 pontos
porcentuais, para 96% em 2026, o patamar de endividamento mais elevado desde
2020.
“Muitos países terão níveis de dívida com índices
que retornarão ao pico da covid-19”, reforçou o diretor do FMI. Valdés
enfatizou ainda a importância de o Brasil cumprir a meta de superávit primário
neste ano.
Quanto aos juros, Valdés destacou que o Banco
Central (BC) brasileiro tem mantido uma política monetária “rigorosa” no País,
buscando voltar a inflação à meta de 3% com tolerância de 1,5 ponto porcentual
para cima ou para baixo. “Dadas as incertezas neste ambiente, é muito
importante que os bancos centrais reforcem o compromisso com a independência”,
disse.
Desaceleração
Valdés disse que políticas econômicas mais rígidas
devem causar uma “desaceleração relevante” do Brasil em 2025. O FMI espera que
o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresça 2,0% em 2025, uma queda de 0,2
ponto porcentual ante sua última projeção, de janeiro. No ano passado, a
economia brasileira cresceu 3,4%.
“Continuamos esperando uma desaceleração relevante
no Brasil, impulsionada por políticas mais rígidas apropriadas”, afirmou
Valdés.
Jornal O Dia
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