Uma bebê de oito meses morreu e uma mulher está
internada em estado grave no Hospital Regional Alfredo Mesquita, em Macaíba, na
Grande Natal, após consumirem um açaí que estaria supostamente envenenado, no
bairro de Felipe Camarão, zona Oeste da capital potiguar. Yohana Maitê chegou a
ser socorrida até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade da Esperança,
mas não resistiu e faleceu no local. Já Geisa de Cássia, de 50 anos, está
internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Em conversa com a TRIBUNA DO NORTE, o estudante Yago
Smith, parente das vítimas, relatou que foram entregues à sua mãe, Geisa, dois
potes de açaí por um moto entregador, como uma espécie de “presente” enviado de
forma anônima. A primeira entrega aconteceu no domingo (13) e incluía um urso
de pelúcia com alguns chocolates, além de uma carta com a mensagem: “Depois que
te perdi, foi que percebi que te amo”.
“Minha mãe recebeu, na nossa casa, um presente
deixado por um motoqueiro. Neste presente havia um urso rosa com alguns chocolates.
Além disso, tinha uma carta com uma mensagem pronta. Ela (Geisa) pensou que
fosse de algum ex-namorado, então comeu os chocolates, e estava tudo bem”,
disse Yago.
Na tarde da última segunda-feira (14), o filho
contou que a mãe recebeu uma nova encomenda, desta vez com os potes de açaí e
alguns chocolates. Ela os guardou no congelador e, posteriormente, à noite,
decidiu consumir e dividiu com a sobrinha, Yohana. Depois de alguns minutos, a
criança começou a passar mal e foi levada à UPA no bairro Cidade da Esperança,
mas não resistiu e faleceu.
Horas após a criança ser socorrida, Geisa também
começou a passar mal e foi levada à unidade de emergência. Segundo Yago, a
família suspeitou que fosse algo emocional, em decorrência da situação da
sobrinha. Após ser medicada no local, ela recebeu alta e retornou para casa.
Uma nova entrega foi realizada na terça-feira (15),
desta vez com apenas dois potes de açaí, contendo 200 ml cada. O “presente” foi
recebido por uma prima que estava na residência, e Geisa os guardou na
geladeira. Após o almoço, ela ingeriu novamente o açaí e começou a passar mal
cerca de 15 minutos depois, com sintomas mais graves do que os anteriores.
“Levamos ela para a UPA, e lá ela já estava muito
pior. Foi feita a intubação, e, após o médico avaliar seu estado, levantou-se a
hipótese de envenenamento. Ele começou a questionar o que minha mãe havia
ingerido, e falamos sobre esse açaí. O médico pediu que encaminhássemos o caso
ao DHPP e que fosse registrado um Boletim de Ocorrência, pois se tratava de um
possível envenenamento”, detalhou Smith.
O caso está sob investigação do Departamento de
Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil e do Instituto
Técnico-Científico de Perícia (Itep/RN), que realizou a coleta de amostras do
açaí para exame toxicológico.

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