A Força Aérea Brasileira (FAB) vai enviar, no dia 29
deste mês, um foguete suborbital ao espaço. Durante a Operação Potiguar,
ativada na segunda-feira (18), um veículo de sondagem será lançado do Centro de
Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim, e cruzará a atmosfera
terrestre.
A iniciativa, dividida em duas fases, amplia a
capacidade da FAB e contribui para o aumento da autonomia do Brasil na
atividade. Atualmente, essas demandas, que envolvem veículos orbitais e
suborbitais, são atendidas na unidade da FAB em Alcântara (MA), que já possui
85% de sua capacidade empenhada para 2025.
De acordo com o Diretor-Geral do Departamento de
Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício
Augusto Silveira de Medeiros, a realização da primeira fase da operação é parte
da estratégia do DCTA de ampliar a capacidade de lançamentos espaciais em apoio
ao Programa Espacial Brasileiro (PEB), aproveitando-se da infraestrutura do
CLBI. “Com isso, o país poderá atender à crescente demanda mundial por
lançamentos suborbitais para a realização de experimentos científicos e
tecnológicos, como é o caso do Programa de Microgravidade da AEB (Agência
Espacial Brasileira), que também integra a Operação Potiguar”, complementa.
Com foco em monitorar e acompanhar foguetes e
satélites em voo, o CLBI coleta dados sobre trajetória, desempenho e
funcionamento de veículos e cargas úteis. A operação representa um salto para a
organização potiguar, que reativará sua capacidade de atuar com lançamentos
suborbitais e poderá concorrer à crescente demanda do segmento.
Nesta primeira fase, a Operação Potiguar fará o
lançamento de um VS30. O modelo, de oito metros de comprimento e quase uma
tonelada de combustível sólido, será utilizado para treinar a equipe do CLBI,
assim como verificar equipamentos e processos envolvidos na atividade. Dessa
forma, espera-se que o foguete cumpra a trajetória, dentro da dispersão
prevista, e que os sistemas de telemetria e resposta radar funcionem
corretamente durante todo o voo.
Já na segunda fase, prevista para ocorrer no segundo
semestre de 2025, o CLBI vai usar outro foguete de mesmo modelo para qualificar
o sistema de recuperação da parte superior do veículo, conhecida como
plataforma suborbital de microgravidade (PSM). Essa parte é composta por um
compartimento para experimentos e diversos sistemas eletrônicos que interagem
com a carga útil.
Com o término da operação, o Brasil deve conquistar
maior autonomia em eventos de lançamento de veículos suborbitais. Na prática,
isso significa que o país será capaz de lançar um experimento, fazer todas as
coletas de dados e recuperar a carga útil enviada ao espaço.
VS30 V15
O VS-30 é um foguete de sondagem, monoestágio,
não-guiado e lançado por meio de trilho. É composto por um estágio propulsivo,
com quase uma tonelada de combustível sólido, e, ainda, pela plataforma
suborbital de microgravidade (PSM). O veículo de sondagem, que foi projetado
pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), pode alcançar altitude máxima de
pouco mais de 150 quilômetros, com uma velocidade máxima de seis mil km/h.
Com informações da FAB
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