terça-feira, 22 de outubro de 2024

O Globo: esquerda não lidera 2º turno nas capitais

 


Última chance para o PT conquistar alguma capital, o segundo turno não trouxe boas notícias para o partido até agora, a menos de uma semana da votação. As pesquisas mostram que a sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está atrás nas quatro cidades em que tem candidatos próprios — como é o caso de Natália Bonavides (PT), em Natal. Com exceção de Cuiabá, os correligionários de Lula penam para herdar os votos que foram do presidente na eleição de 2022.

Há quatro anos, o partido ficou sem vencer em capitais pela primeira vez desde que foi fundado. Retomar ao menos uma este ano é considerado um feito de valor simbólico. Além de Cuiabá, o PT disputa em Fortaleza, Natal e Porto Alegre. Em todas elas, os postulantes petistas passaram para o segundo turno já em desvantagem.

Os resultados com mais chances de virada são registrados nas cidades onde o embate é com o PL de Jair Bolsonaro: Fortaleza e Cuiabá. Na maior capital do Nordeste, Evandro Leitão está dois pontos atrás do bolsonarista André Fernandes (PL) — que vem evitando se associar a Bolsonaro na campanha, dada a rejeição ao ex-presidente.

O resultado é de 45% a 43%, segundo a pesquisa Datafolha mais recente. Lula chegou a ir a Fortaleza para tentar impulsionar Leitão, mas a virada ainda não foi captada pelas pesquisas. O candidato tem apenas 70% dos votos que foram do presidente em 2022, enquanto Fernandes abocanha 91% dos bolsonaristas, de acordo com o levantamento.

Natal e Cuiabá

Também no Nordeste, o partido de Lula fica atrás em Natal, no Rio Grande do Norte. Natália Bonavides tem 39%, contra 45% de Paulinho Freire (União). A petista até encorpou as intenções de voto após o primeiro turno — ficou com 28,4% dos votos válidos nas urnas, e Paulinho, 44%. Mas, a exemplo de Leitão, Bonavides pena para herdar um percentual maior de lulistas: somente 67% declaram voto nela, contra 81% de bolsonaristas que optam pelo adversário.

Como a margem de erro é de três pontos para mais ou para menos, o cenário de intenções de voto configura empate no limite da margem de erro. Se Bonavides estiver com três pontos a mais e Freire, três a menos, eles ficam iguais. A hipótese, no entanto, é remota, segundo reportagem de O Globo.

Natal é um exemplo de capital que pertence a um estado comandado pelo PT, mas onde o partido tem dificuldades para eleger prefeito. Se em Fortaleza a sigla já esteve à frente da prefeitura mais de uma vez — foi, inclusive, a primeira capital conquistada pela legenda, em 1985, com Maria Luíza Fontenele — , em solo natalense nunca se consolidou.

Outra capital com diferença apertada, mas na qual o PT também está em segundo, é Cuiabá. Apesar de o Centro-Oeste ser um reduto bolsonarista, Lúdio Cabral (PT), com 41%, tem apenas três pontos a menos que Abilio Brunini (PL). O resultado configura empate técnico, a despeito da desvantagem numérica.

Na capital mato-grossense, a esperança reside numa lógica oposta à aplicada nas cidades nordestinas: é menos investimento no petismo e mais na rejeição ao adversário, e Cabral faz uma campanha em que não reforça tanto a vinculação ao partido e a Lula. Os dados corroboram: num município pouco lulista, o candidato já conta com 84% dos eleitores dele, mais que os 76% de simpáticos a Bolsonaro que escolhem Brunini.

‘Goleada’ no Sul

Se no Nordeste e no Centro-Oeste os resultados são apertados, no Sul o PT vem perdendo de lavada. Em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Maria do Rosário aparece com 30% na Quaest da semana passada. Candidato à reeleição, Sebastião Melo (MDB) vai a 52%.

Assim como Fortaleza, Porto Alegre foi uma importante base municipal do PT. Entre 1988 e 2000, venceu todas as quatro eleições na cidade. De lá para cá, no entanto, perdeu espaço e não voltou a ser bem-sucedido nas urnas.

Barreira em SP

Além das candidaturas próprias, o partido aparece atrás em São Paulo, maior cidade do país, onde Boulos, com a vice petista Marta Suplicy, foi uma grande aposta de Lula, mas atrai hoje meros 65% dos eleitores do presidente, segundo o Datafolha.

Na capital paulista, o candidato da esquerda não consegue passar dos 33% — percentual registrado no Datafolha por duas semanas seguidas, assim como na Quaest de quarta-feira passada. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) até perdeu votos na esteira do apagão que deixou mais de 3 milhões de paulistanos sem energia, mas Boulos não cresceu. O emedebista pontua 51%.

Mesmo não sendo do PT, Boulos entrou na campanha via articulação de Lula, que driblou a recalcitrante objeção de setores do partido a não lançar um nome da própria legenda. O investimento foi não só político, mas também financeiro: somando os dois turnos, o candidato do PSOL recebeu R$ 45 milhões do diretório nacional petista.

Justiça penaliza Natália por fake news

A Justiça Eleitoral condenou a candidata Natália Bonavides (PT), da coligação Natal Merece Mais, por impulsionamento negativo contra o candidato à Prefeitura de Natal, Paulinho Freire. Em outra decisão sobre o mesmo tema, o juiz Gustavo Marinho Nogueira Fernandes, da 3ª Zona Eleitoral, também concedeu direito de resposta a Paulinho Freire devido às informações citadas em um vídeo publicado pela candidata nas redes sociais.

Na sentença sobre o impulsionamento negativo, o magistrado destacou se tratar de “um conteúdo direcionado especialmente a atingir a candidatura adversária, pela associação deste grupo político com a prática de crimes”. O magistrado também pontuou que houve priorização paga de conteúdo veiculado na internet com o intuito de criticar ou incutir a ideia de não-voto ao candidato adversário.

Com a sentença, foi estabelecida uma multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) devido ao conteúdo impulsionado, à repercussão e ao benefício que a candidatura pode ter obtido com a propaganda eleitoral irregular.

Em outra decisão sobre o mesmo tema, o magistrado Gustavo Fernandes pontuou que o vídeo publicado por Natália Bonavides não se limitou ao direito de informar e criticar, passando para a veiculação de afirmações ofensivas à honra, sem comprovação. Ficou “demonstrada a natureza difamatória da veiculação e que o vídeo possui o potencial de induzir o eleitor a erro, afetando a imagem do candidato Paulinho Freire”.

O juiz da 03ª Zona Eleitoral/RN, Gustavo Marinho Nogueira Fernandes, disse que “relativamente à análise da postagem em comento, constituída por vídeo publicado na rede social da representada, denota-se que há, de fato, um conteúdo com alto teor negativo direcionado especialmente a atingir a candidatura adversária, notadamente pela associação deste grupo político com a prática de crimes”.

Mais adiante, na sentenã o juiz pontuou que “nesse sentido, plenamente possível reconhecer que a situação aqui narrada se enquadra numa hipótese de propaganda eleitoral negativa, tendo em vista que restou inequivocamente comprovada a ocorrência de priorização paga de conteúdo veiculado na internet com o intuito de criticar, prejudicar ou incutir a ideia de não-voto ao candidato adversário”.

Neste caso, foi concedido o direito de resposta, devendo o conteúdo ser impulsionado e veiculado por no mínimo seis dias. A mensagem deve ser postada em caráter público, sem restrição de visualização.

RESPOSTA

A candidata Natália Bonavides (PT) perdeu o recurso que pedia a suspensão do direito de resposta concedido pela Justiça Eleitoral a Paulinho Freire. A decisão foi confirmada pelo juíz federal Fábio Oliveira, nesta segunda-feira (21).

Natália foi condenada por impulsionamento negativo contra o adversário. Na mesma decisão da 3ª Zona Eleitoral, foi concedido direito de resposta a Paulinho Freire devido às inverdades citadas em vídeo publicado pela candidata do PT nas redes sociais.

Na sentença sobre impulsionamento negativo, a Justiça Eleitoral destacou se tratar de “um conteúdo com alto teor negativo direcionado especialmente a atingir a candidatura adversária, notadamente pela associação deste grupo político com a prática de crimes”. O conteúdo veiculado na internet com o intuito de criticar e difamar ainda teve impulsionamento ilegal para prejudicar ou incutir a ideia de não-voto ao candidato adversário.

Com a decisão, Natália pagará multa no valor de R$ 10 mil, em razão da gravidade do conteúdo impulsionado e da ampla repercussão e ainda terá que publicar o direito de resposta de Paulinho.

 

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