O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski,
afirmou nesta quinta-feira (3) que as autoridades do Rio Grande do Norte
já demonstravam, em março, preocupação com o interesse do crime organizado em
se infiltrar no poder público por meio das eleições municipais.
Lewandowski
esteve no Rio Grande do Norte após a fuga
de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, a primeira na
história no sistema penitenciário federal. Os
dois homens foram recapturados em abril.
A declaração do ministro foi dada durante entrevista
ao programa 'Bom Dia, Ministro', produzido pelo governo federal.
"Quando nós estivemos no Rio Grande do Norte,
em Mossoró,
quando houve aquela fuga de dois presidiários daquela penitenciária de
segurança máxima, já as autoridades locais estavam demonstrando e repassaram
uma preocupação no sentido da infiltração do crime organizado nas eleições
locais, nas eleições municipais, lançando candidatos a vereadores, lançando
candidatos a prefeitos em cidades, em locais onde isto jamais isso
ocorreu", declarou.
O ministro ainda afirmou que a ação é orquestrada a
partir de outras partes do país, onde os criminosos estariam mais organizados e
interessados em infiltrar-se na máquina estatal.
"O que eu quero dizer é que tanto a Justiça
Eleitoral quanto o Ministério da Justiça e Segurança Pública, especialmente por
meio da Polícia Federal, estão muito atentos. Nós estamos passando um pente
fino na vida pregressa de todos os candidatos e vamos identificar aqueles que
eventualmente não podem se candidatar. Muitos já foram barrados por esse motivo
e outros mais serão. E, se forem descobertos depois de eleitos, certamente não
tomarão posse ou serão cassados na sequência", pontuou.
Procurada pelo g1, a Secretaria de
Segurança Pública do Rio Grande do Norte não comentou as falas do ministro.
Violência
Um candidato foi assassinado durante as eleições de 2024
no Rio Grande do Norte, na cidade de João Dias, no Alto Oeste. O prefeito Marcelo
Oliveira (União Brasil), que buscava a reeleição, foi assassinado junto com o
pai dele, Sandi Oliveira, no dia 27 de agosto, durante uma atividade
política. Pelo
menos quatro suspeitos foram presos.
O Tribunal
Superior Eleitoral autorizou o envio de forças federais para o município,
para as eleições no próximo domingo (6).
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