Com o objetivo de resgatar e impulsionar a produção
do algodão, e promover a segurança alimentar das famílias dos agricultores
familiares e seus rebanhos na região do Seridó Potiguar, o Sebrae no Rio Grande
do Norte (Sebrae-RN) em conjunto com a Embrapa Algodão e o Instituto Riachuelo,
além dos parceiros como o Governo do RN, Fundação Banco do Brasil e Prefeituras
Municipais das cidades que compõe a região do Seridó, renovaram na tarde desta
segunda-feira (14), o acordo de parceria para a realização do 4º ciclo do
projeto AgroSertão. A ação marcou o início das atividades do Palco Juntos pelo
Agro, na Festa do Boi, que teve a programação da tarde voltada para a cotonicultura.
O 4º ciclo do projeto em 2025, deverá beneficiar em
torno de 300 famílias da região do Seridó Potiguar, atuando nos municípios de
Acari, Bodó, Caicó, Carnauba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Cruzeta,
Equador, Florania, Lagoa Nova, Ipueira, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó,
Jucurutu, Ouro Branco, Parelhas, Santana do Seridó, São Fernando, São João do
Sabugi, São José do Seridó, São Vicente, Serra Negra do Norte, Tenente
Laurentino Cruz e Timbauba dos Batistas.
De acordo com Renata Cavalcanti, coordenadora do Instituto Riachuelo, o projeto Agrosertao busca promover o desenvolvimento econômico e social na região do Seridó Potiguar, com o estímulo à vocação da produção e resgate da cultura do algodão, se diferenciando pelo compromisso com a agricultura familiar e oferecendo uma produção agroecológica e sustentável.
Os participantes do projeto recebem além do
atendimento técnico especializado, capacitações, consultorias e escoamento da
produção. Com isso, incrementam a renda do semiárido potiguar com a geração de
negócios.
Na tarde desta terça-feira, a cotonicultura potiguar
foi um dos destaques na programação da Agência Sebrae durante a Festa do Boi,
com um dia especial dedicado à atividade no espaço do Sebrae-RN, na tradicional
feira agropecuária. O evento celebrou o encerramento do 3º ciclo do Projeto
AgroSertão, capacitando 150 agricultores e reforçando o compromisso com a
produção sustentável da produção do algodão agroecológico na região. A
cerimônia, realizada no Palco Juntos pelo Agro, foi um dos destaques da
programação do dia do evento, que segue até o próximo sábado (19).
O projeto AgroSertão, focado no desenvolvimento
econômico e social do Seridó, concluiu seu terceiro ciclo com resultados
expressivos na produção de algodão agroecológico. Antes da entrega dos
certificados aos agricultores, o pesquisador da Embrapa Algodão, Marenilson
Batista, apresentou um panorama geral do projeto e as perspectivas para o
futuro, destacando o progresso na retomada dessa cultura na região.
“Os resultados deste ciclo foram excelentes, com uma
previsão de mais de 60 toneladas de algodão em rama, o que deve se traduzir em
cerca de 25 a 30 toneladas de algodão em pluma,” declarou o pesquisador. Ele
destacou que o êxito do projeto é resultado do compromisso com a capacitação e
do suporte técnico oferecido aos agricultores participantes.
O projeto AgroSertão, fomenta a produção do algodão
agroecológico consorciando outras culturas alimentares (milho, gergelim, feijão
e palma) com manejo produtivo, recursos hídricos e nutrição do solo. Durante o
evento, Marenilson ressaltou que um dos principais aprendizados do 3º ciclo foi
a possibilidade de produzir sem o uso de defensivos químicos, utilizando
bioinsumos e fertilizantes naturais. “Estamos crescendo com responsabilidade e
garantindo que somente quem tem o desejo de aprender e se adaptar faz parte do
projeto,” afirmou.
A gestora do Projeto AgroSertão, Sergina Dantas,
destacou o papel fundamental das parcerias institucionais na condução do
AgroSertão. “A colaboração com instituições parceiras tem sido essencial para o
crescimento sustentável do projeto. Com o apoio deles, estamos ampliando nossa
atuação, fortalecendo a cultura do algodão e garantindo um futuro próspero para
a agricultura familiar no Seridó,” afirmou Sergina.
O casal de agricultores de São Vicente, Elizete
Alves e Francisco Medeiros, relataram suas experiências com a reintrodução do
algodão no Seridó. “No começo foi desafiador, mas com o apoio do consultor do
Sebrae e a troca de conhecimentos com outros produtores, tivemos uma colheita
positiva e estamos confiantes para o próximo ciclo,” comentou Francisco.
Os produtores também expressaram a felicidade de ver
a retomada da atividade após tanto tempo. “É bom ver que o algodão voltou a
fazer parte do nosso dia a dia, trazendo benefícios para toda a família e para
comunidade”, disse Elizete.
Com o início do quarto ciclo do AgroSertão, previsto
para 2025, a iniciativa será ampliada para os 24 municípios do Seridó, com a
assinatura de acordos de parceria com os prefeitos da região. O novo ciclo
prevê a continuidade e expansão das ações estruturantes que fortalecem a
agricultura familiar e garantem segurança alimentar.
Tribuna do Norte
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