Policiais civis do Rio Grande do Norte iniciaram
nesta terça-feira (23) uma paralisação das atividades em todo o estado. A
decisão foi tomada pela categoria em assembleia na noite de segunda (22), após
uma nova rodada de negociação com o governo do RN, que terminou sem acordo.
Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais
Civis e Servidores da Segurança do RN (Sinpol), Nilton Arruda, com a
paralisação, nenhuma delegacia - nem as de plantão - vai funcionar no estado
nesta terça, assim como nenhum policial civil vai trabalhar sequer para o
cadastro de boletins de ocorrência on-line. Ele chamou a paralisação de
"greve geral".
"Nada vai funcionar. Boletins de ocorrência
on-line que são realizados precisam de homologação de policiais. E os policiais
vão estar parados, não vão nem homologar os serviços on-line. É serviço
zero", disse.
Segundo o sindicato, sequer os policiais da Divisão
de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) devem ir aos locais de crime. Porém, os
policiais acreditam que a direção da corporação vai formar uma equipe para esse
tipo de ocorrência, durante a paralisação.
O direito de greve por parte da Polícia Civil ou de
profissionais de qualquer carreira policial é inconstitucional, segundo decisão
do Supremo
Tribunal Federal (STF) de 2017.
Delegacias fechadas
Em Macaíba, na Grande Natal, a delegacia estava
fechada ao público no início da manhã desta terça (23). Segundo o porteiro
Francisco Carlos de Medeiros, que trabalha perto da unidade, os serviços estão
suspensos no local há cerca de uma semana. "As pessoas têm procurado
bastante, mas chegam aqui, encontram dessa forma (fechada)", afirma.
Na Cidade Alta, em Natal, a 1ª Delegacia de Polícia
Civil da capital também estava fechada durante a manhã. Caso também da
delegacia do bairro Felipe Camarão, na Zona Oeste da cidade, bem como de outras
delegacias de bairros da cidade.
A Delegacia Geral de Polícia Civil foi procurada
pelo g1, mas não se posicionou sobre a paralisação até a última
atualização desta matéria. A instituição ainda não informou:
- A
lista de serviços afetados e quais as orientações para a população que
precisa deles
- Se
vai pedir suspensão da greve na Justiça
- Como
vão funcionar os flagrantes e os atendimentos em locais de crimes como
homicídios
- Como
vai funcionar a negociação com a categoria a partir da paralisação
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