A Operação Mute, das polícias penais federal e
estaduais, apreendeu 3,5 mil telefones celulares em presídios dos 27 estados,
na maior ofensiva para cortar o principal meio de comunicação dos presos, em
especial os integrantes de facções, com criminosos nas ruas.
O pente-fino realizado simultaneamente e
periodicamente, desde outubro de 2023, concluiu a quarta fase, nesta
sexta-feira (26) com um dado inédito: a apreensão de quatro bombas caseiras. Ao
todo, 14 mil policiais penais participaram das quatro fases da operação, sob
coordenação da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
“Artefatos de 15 centímetros de tamanho com cordel
detonador revestido de pregos e fragmentos de vidro. Isso é algo muito grave,
porque um artefato desses, dentro de uma unidade prisional, ele pode ser
utilizado para iniciar um motim, para atentar contra a vida dos policiais
penais e dos próprios presos.”
A afirmação é do diretor da área que coordena a
operação, a Diretoria de Inteligência Penal (Dipen) da Senappen, Glautter
Morais, em entrevista exclusiva ao SBT News.
Ao longo desta semana, 73 presídios estaduais
passaram por buscas. Um balanço da quarta fase da Mute mostra
que 2,2 mil celas foram vasculhadas, por 2,9 mil policiais penais.
Todo canto é verificado, cães farejadores buscam
material oculto e a rotina dos presídios vai ganhando nova rotina. Foram 502
celulares apreendidos na fase desta semana. Menor número desde a primeira
etapa, deflagrada em outubro de 2023, quando 1,3 mil aparelhos foram
recolhidos.
O diretor de Inteligência da Senappen avalia que a
redução das apreensões pode ser um indicativo positivo das ações e do método de
mutirões periódicos no sistema. A quarta fase foi também a primeira sem
apreensão de arma de fogo. Nas anteriores, três foram localizadas. Já os
explosivos inéditos desta etapa, que estavam em uma cela no Amapá, colocaram em
alerta as autoridades.
Silenciar – Operação Mute
A contraofensiva da Senappen busca cortar os canais
de comunicação das facções com os criminosos na rua. A Operação Mute vasculhou
nas quatro fases 13,6 mil celas, em presídios que abrigam mais de 262 mil
presos.
A entrada de celulares nas penitenciárias estaduais
é um dos principais problemas para a segurança do sistema. Que vive situação de
caos, com mais de 650 pessoas presas em penitenciárias que cabem 450 mil, aproximadamente.
“Ao realizar essas revistas periódicas, a polícia
penal retirando esses aparelhos celulares das unidades prisionais, a polícia
penal está contribuindo para a segurança pública, está combatendo essas facções
criminosas, está contribuindo também para a higidez do próprio sistema
prisional”, Glautter Morais, diretor de Inteligência (Dipen) da Secretaria
Nacional de Políticas Penais (Senappen).
O projeto da Senappen é manter as ações até integrar
de forma consistente as redes de conexão entre unidades estaduais. No modelo,
quem define as prioridades locais e executa as ações são os estados e a
secretaria coordenada e viabiliza a troca de informações.
Segundo a Senappen, até drones são usados para
infiltrar os telefones nos presídios./ operações como a desta semana deverão se
repetir.
SBT News
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