O boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira 28 aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram em crianças, jovens e adultos em todo o país. O quadro é decorrente do crescimento, em diversos estados, de diferentes vírus respiratórios como influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.
Ao todo, 23 capitais do país apresentam crescimento
nos casos de SRAG: Natal (RN), Aracaju (SE), Belém (PA), plano piloto e
arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis
(SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL),
Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio
Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI) e
Vitória (ES).
O boletim indica também uma tendência de queda de
casos de SRAG na população a partir dos 50 anos de idade, devido à diminuição
dos casos de Covid-19 nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, e também de redução
dos casos na região Sul.
De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo
Gomes essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais
vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao
vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada.
Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul,
contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país
(incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”,
explicou.
Nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, quando se
estuda o total de novas internações por SRAG, sem a análise por faixa etária,
observa-se cenário de estabilidade. Gomes avalia que, na verdade, esse quadro
decorre da queda na Covid-19, camuflando o aumento nas internações pelos demais
vírus respiratórios.
“Se olhamos apenas para as crianças, onde
principalmente o VSR e o rinovírus estão mais presentes nas internações, vemos
claramente o sinal de aumento expressivo de SRAG”, explica o pesquisador. Ele
também destaca a importância dos cuidados para a prevenção. “Em casos de
infecções respiratórias, sintomas de gripe e resfriados, deve-se procurar
encaminhamento médico, além de manter repouso e usar uma boa máscara sempre que
precisar sair de casa. A vacinação também é fundamental. A vacina da gripe está
disponível em diversos locais”.
Mortalidade
A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário
de maior impacto nas crianças de até dois anos e idosos a partir de 65 anos de
idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da
incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19
nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência
de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e
rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em
crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por de SRAG tem
se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de
Covid-19.
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