Caminhar pelas veredas históricas de Tangará, no Rio
Grande do Norte, é também falar do Açude Trairi. O reservatório está localizado
há 88 quilômetros da capital potiguar, Natal. O Açude Trairi foi projetado e
construído pelo Departamento de Obras Contra as Secas (DNOCS) no final da
década de 40 e início da década de 50.
Na época da construção do açude, Tangará era
considerada vila, pertencente ao município de Santa Cruz. Segundo a prefeitura
municipal de Tangará, em 1953 o povoado foi elevado à categoria de distrito e
em 1959 tornou-se município do Rio Grande do Norte, desmembrado de Santa Cruz.
Conforme o relatório dos engenheiros responsáveis
pela obra, Vinícius César Silva de Berredo e Francisco Saboya de Albuquerque,
datado de 1951, os estudos foram requeridos pela prefeitura municipal de Santa
Cruz, em 1949, e foram concluídos em 1950. Havia, naquele período, grande
necessidade de iniciar a obra de emergência para socorrer as vítimas da seca
que assolou o Nordeste. Não tendo como o município se responsabilizar, devido
ao custo elevado, a construção do açude foi autorizada como obra pública da
União, aprovada pela portaria Ministerial nº. 780, de 29 de agosto de 1951. O
respectivo orçamento contemplou a importância de Cr$ 8 300 000,00 (oito milhões
e trezentos mil cruzeiros), com recursos atribuídos ao DNOCS.
“A obra fica situada em zona de baixa precipitação
pluvial, tanto assim que foi uma das que mais sofreu com a irregularidade das
chuvas ocorridas em 1951, no Nordeste. Por meio dela, foi possível prestar
auxílio à população flagelada da região em que se acha encravada.”, destacaram
os engenheiros responsáveis pelo relatório da obra.
Em meio aos parágrafos do relatório oficial, um
deles chama atenção. A narrativa conta que a mão de obra local foi muito útil
para a construção do açude que tirou da vida dos potiguás a falta d'água.
Concluído em 1954, o açude teve como objetivo aliviar a população dos problemas
advindos pelas secas, ajudar no abastecimento da cidade de Tangará, controlar
as cheias e apostar no aproveitamento das áreas de montante, além de
desenvolver as lavouras e proporcionar a prática da piscicultura.
Cheios de esperança sobre o novo reservatório, os
engenheiros relatam suas expectativas para a barragem do Trairi. "Este
açude será, no futuro, de grande utilidade para desenvolvimento da lavoura
irrigada das terras de jusante, proporcionará grande extensão de vazantes e,
mediante a prática da piscicultura, poderá fornecer apreciáveis quantidades de
pescado”, ressaltaram no documento.
Curiosidades
De acordo com o livro histórico publicado pelo DNOCS
intitulado “Barragens no Nordeste do Brasil”, praticamente no fim do levantamento
da bacia hidráulica, foi encontrado um outro local para a construção de uma
barragem de terra, proporcionando uma maior capacidade de armazenamento e uma
maior economia que a alternativa estudada anteriormente. Os estudos para esse
segundo local da barragem do Trairi foram realizados entre julho e dezembro de
1949.
A barragem do Trairi é composta por um maciço de
terra compactado, homogêneo, com drenagem interna através de um tapete
horizontal de areia e dreno de enrocamento no pé da jusante. A fundação e as
ombreiras são compostas de rochas gnáissicas pertencentes ao complexo
cristalino do período Pré-cambriano.
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