Tribuna do Norte
O mês de dezembro sempre mexe com a economia
brasileira e encanta o comércio. Com a chegada do período natalino, muitos
empreendedores aproveitam para ganhar uma renda extra, personalizando seus
produtos com temas voltados ao Natal. Essa estratégia também pode ser uma
maneira eficaz de aliviar o orçamento na época de festas.
Para atrair a atenção dos consumidores, os
empreendedores apresentam várias alternativas para as compras, como promoções,
kits, como também, lançam produtos específicos com o tema e ampliam a variedade
de mercadorias. É o caso de Paulo Arsand que possui a empresa Rollab,
especializada em chocolates.
Gastrônomo de formação e trabalhando há 15 anos na
área, Paulo afirma que teve que deixar o emprego como professor de culinária
para se dedicar inteiramente à produção natalina, tamanha a demanda da época.
“Quando a gente decidiu abrir era novembro e foi uma correria só. E naquele
primeiro Natal a gente já faturou o dobro do que ganho dando aula”.
De acordo com o gastrônomo, hoje o lucro no final de
ano representa um faturamento quatro vezes maior do que a renda mensal da
empresa.
Paulo afirma que o diferencial nessa época é
trabalhar com algo que remete diretamente ao natal: os presentes. “Eu invisto
em presentes, não faço ceias, não vendo sobremesas, eu vendo presentes em forma
de doces”, conta.
Apesar de trabalhar com o popular chocolate, para
chamar ainda mais atenção do consumidor, ele diz se inspirar em tudo: na arte,
nos sabores, e até na arquitetura para dar personalidade aos seus produtos se
diferenciar das chocolaterias tradicionais.
O empresário comenta que apesar da demanda da época
natalina, é necessário analisar o custo real da produção e ser muito realista
quanto ao investimento, já que ele também se dedica a apresentação final antes
de precificar, para não aumentar em demasia os preços. “ Não é só o preço, é
valor”, pondera.
Paulo aconselha para quem busca renda extra nessa
época e ainda não tem experiência a escolher um ou dois bons pratos ou
sobremesas e fabricar determinada quantidade investir neles, do que tentar
buscar uma grande variedade de produção e ter prejuízo.
Para criar mais um diferencial para o Natal, a caixa
de bombom natalina, Paulo afirma que fez uma pesquisa com seus maiores clientes
sobre o que consideravam característico dessa época e a partir das respostas
ele conseguiu fazer um produto personalizado e único.
“Não é só vender chocolate, não é só adoçar a vida
das pessoas, é trazer um pouco de aconchego pra esse mundo que tá tão caótico e
as pessoas se conectam com você”, finaliza.
A culinarista Carla Pereira, que começou como
autônoma na área há quatro anos, concorda que o período do final do ano é uma
excelente época para incrementar a renda com produtos natalinos.
Carla afirma que o panetone já é bastante e vendido
em diversos mercados da capital potiguar, então ela busca se diferenciar
através de um sabor que se diferencie dos vendidos no mercado. “Tento fazer com
que aquilo tenha um sabor muito memorável”.
Ela sempre busca referências em grande nomes da
culinária, observando em que grandes confeiteiros estão trabalhando no momento
para estar sempre atualizada.
No mês de dezembro, além dos pães e bolos que produz
todo o ano, Carla investe nos tradicionais panetones, chocotones e rabanadas,
além de biscoitos especiais para incrementar a renda.
“O Natal é a época mais esperada do ano,
principalmente para quem é da cozinha porque existem muitas opções [para a
culinária], tanto da ceia de natal, quanto presentes, reuniões”.
Segundo ela, precificar seus produtos acima da média
só por causa do natal não seria justo com seu consumidor. “As pessoas se
planejam e querem fazer coisas boas, com a família, com amigos e, acho que o
mais importante é chegar a essas pessoas. Então tento fazer alguns produtos
menores, com valor menor para que as pessoas conheçam meus produtos”.
Para Carla, as vendas nessa época são uma ótima
maneira de aliviar o orçamento, e ela ainda coloca como meta, “fazer um
dinheiro que seja bom para janeiro, que é quando as vendas dão uma caída”. A
culinarista enfatiza que, como autônoma, o lucro de final de ano pode sim valer
como um décimo terceiro. “Existe uma variação muito grande por causa de épocas
do ano, em relação a renda, e as vendas desse final de ano são uma ótima
oportunidade para se organizar para ou outros meses”, finaliza.
Compras no Natal movimentam a economia
do Estado
De
acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN,
Fecomércio, em dezembro de 2022, aproximadamente, 1,5 milhões de potiguares
presentearam em ocasião das festividades natalinas. A movimentação equivale a
uma injeção de cerca de R$ 440 milhões no comércio do Rio Grande do Norte.
Todos os anos, o Natal se coloca não apenas como a
data mais importante para o comércio, em termos de vendas e faturamento, mas
também como um termômetro para avaliar a confiança das pessoas quanto à
economia atual, pontua a Fecomércio.
Para os empreendedores a época representa um
incremento nas vendas, uma possibilidade de lucro maior e alívio no orçamento.

Nenhum comentário:
Postar um comentário