G1
“Precisa beber água, para não desidratar!”. Você já
deve ter ouvido essa frase em dias de calor intenso, certo? Mas, afinal, como
saber que o corpo está necessitando de mais líquido? O que acontece com o
organismo no tal quadro de “desidratação”?
O principal “termômetro” é a urina, que
precisa estar clara/límpida para indicar que a ingestão de água está
adequada. “Se a pessoa está demorando mais do que o habitual para sentir
vontade de fazer xixi, também é um sinal de que precisa beber mais líquido”,
explica Christian Morinaga, gerente do pronto-atendimento do Hospital
Sírio-Libanês (SP).
Por mais que a situação pareça assustadora, é
muito difícil que um adulto saudável, que não tome medicamentos (como
antidiuréticos ou reguladores de pressão arterial), chegue a desidratar. “É
algo clinicamente pouco relevante”, afirma Carlos Eduardo Pompilio, médico do
Hospital das Clínicas (SP). A não ser que ele esteja em situação de privação de
líquidos (como em um deserto), sentirá sede, beberá água e resolverá o
problema.
A preocupação maior é com os “extremos
da idade”, diz o especialista: crianças e idosos, que podem não manifestar a
necessidade de ingerir líquidos. São dois grupos que
podem, sim, desenvolver quadros mais graves. Entenda mais abaixo.
1- Quantos litros de água beber por dia?
A quantidade de água que cada adulto deve
beber diariamente varia de acordo com seu peso e com os hábitos de vida
(como a intensidade das atividades físicas praticadas). Em média, são 2 litros.
É preciso manter-se hidratado para:
- regular
a temperatura do corpo;
- melhorar
a circulação sanguínea;
- proteger
e abastecer as células;
- ajudar
no metabolismo;
- hidratar
a pele;
- melhorar
o funcionamento do intestino e dos rins;
- desintoxicar
o organismo.
2- Em adultos saudáveis, quais são os
sintomas da desidratação?
Como dito no início da reportagem, a principal
manifestação de falta de líquidos no organismo é o escurecimento da urina.
O protocolo é diferente para quem tem
problemas cardíacos (pode haver sobrecarga do
coração), renais (a capacidade de filtragem do órgão fica
comprometida) e pulmonares (a oxigenação do sangue é
prejudicada). Nesses casos, é preciso procurar orientação de um especialista.
E atenção: quando alguém apresenta sintomas
como diarreia ou vômito (por intoxicação alimentar, por exemplo), pode haver
perda não só de água, mas de eletrólitos (sais). Bebidas isotônicas (como
aquelas ingeridas por atletas) ou soro caseiro podem ajudar a melhorar o
quadro. Se o paciente não conseguir beber nada, deverá ir ao pronto-socorro
para, caso haja necessidade, receber uma hidratação endovenosa.
3- E em crianças e idosos? Por que a
desidratação é mais preocupante?
Bebês e crianças: Eles
podem não demonstrar sede — seja por ainda não falarem ou por estarem
distraídos com as brincadeiras do dia a dia. Além disso, “esse grupo tem a
superfície corpórea proporcionalmente maior que a dos adultos”, afirma
Pompilio, do Hospital das Clínicas. “Isso aumenta a facilidade de perder
líquido.”
Idosos: “Os
sinais corporais na terceira idade são mais falhos: os velhinhos não têm
percepção de sede. Isso acontece por causa do sistema nervoso central, que
perde o sensor de leitura de quando estamos hidratados. Vamos
perdendo essa sensibilidade com o tempo”, diz Barroso.
Por isso, é importante que haja sempre alguém
monitorando a cor e a frequência da urina dos idosos. Os outros sintomas (como
cansaço e confusão mental – veja o infográfico acima) demoram mais para
aparecer. “São sinais tardios. Precisamos deixar sempre duas garrafas de água à
disposição, para evitar a desidratação”, explica o endocrinologista.

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