O governo federal tem 342 obras de instituições
federais de ensino paralisadas. O valor já pago pelos empreendimentos chega a
R$ 854,4 milhões, e os contratos somam R$ 2 bilhões. Dados do Ministério
da Educação (MEC) indicam que 115 obras foram interrompidas neste ano, o que
equivale a cerca de um terço do total. A pasta alega que universidades e
institutos têm autonomia administrativa.
Os dados foram obtidos pelo Metrópoles via Lei
de Acesso à Informação (LAI). O levantamento soma o número de obras paralisadas
em universidades federais, institutos federais, centros federais de educação
tecnológica e, também, no Colégio Pedro II, que integra a rede federal de
ensino.
Cerca de 47% das obras listadas tiveram a
interrupção formalizada a partir de 2021. A obra mais antiga é da Fundação
Universidade Federal de Sergipe. Ela foi interrompida em 2009, com valor gasto
de R$ 445 mil e previsão total de R$ 9,1 milhões.
O estado com maior número de obras paradas é Minas
Gerais, que soma 56. Rio Grande do Sul aparece na sequência, com 52 obras
paralisadas. Paraíba, por sua vez, está em terceiro lugar, com 33 obras
paralisadas.
No Rio Grande do Norte são 5 obras
paralisadas.
A obra de maior valor, orçada em R$ 179,5 milhões,
refere-se à fase um da construção do campus Cabo de Santo Agostinho, da
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) — imagem em destaque.
Os dados mostram que o empreendimento teve a paralisação formalizada em
novembro de 2019.
O MEC disse que houve, nos últimos seis anos, uma
queda de 90% dos recursos de investimento. “A PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) da Transição também possibilitou a retomada de parte das obras.
Das que seguem paralisadas, mais de 80% são por questões administrativas,
técnicas ou judiciais”, ressalta.
A pasta afirmou que o fortalecimento de
universidades e institutos federais é uma prioridade do governo federal e que,
logo no início do ano, destinou R$ 2,4 bilhões para recomposição do orçamento e
retomada de obras.
O Ministério da Educação ainda ressaltou que a
execução das obras é responsabilidade de cada instituição, no âmbito de sua
autonomia administrativa.

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