Deborah Sena, Diário do Poder.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o
estelionatário Walter Delgatti invadiu as redes sociais de 176 pessoas,
utilizando técnicas que conciliavam a exploração de uma brecha no sistema de telefonia
móvel com um esforço de engenharia social para ter acesso ao histórico de
mensagens.
A lista de pessoas hackeadas por Delgatti apresenta
convergências. A maioria das vítimas são personalidades, como ministros,
jornalistas ligados a grandes emissoras, empresários e políticos influentes. De
acordo com laudo pericial, um seleto grupo composto por 30 pessoas, das quais o
ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, fazia parte, era monitorado em tempo
real.
O relatório ainda especifica que no momento da realização
da perícia, “dos 176 atalhos acima citados, 110 estavam ativos e realizando a
interceptação das comunicações telefônicas das vítimas”. O empresário Abilio
Diniz e o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, encabeçam a lista de
pessoas que tiveram contas violadas pelo hacker, seguidos pelo deputado Baleia
Rossi (MDB-SP), os senadores Davi Alcolumbre (União-RJ), Cid Gomes (PDT-CE),
Sérgio Moro (União-PR), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-presidente da Câmara
Rodrigo Maia (MDB-RJ),o humorista Gregório Duvivier e até a influenciadora Dora
Figueiredo.
O relatório foi gerado no contexto da operação
‘Spoofing’. A denúncia da PGR pesou na condenação de Delgatti a 20 anos por
invadir os dispositivos telemáticos de autoridades. No momento, o hacker de
Araraquara está detido no escopo das investigações sobre suposta tentativa de
fraude nas eleições de 2022.
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