O Globo
Um episódio envolvendo o vereador Eduardo Suplicy
(PT- SP) causou constrangimento no evento de lançamento das diretrizes do
programa de governo da chapa Lula-Alckmin nesta terça-feira. Alegando não ter
sido convidado, Suplicy reclamou que uma proposta de renda básica de cidadania
formulada por ele não tinha sido incluída no documento apresentado em São
Paulo.
Na mesa estavam o pré-candidato a vice pelo PT, o
ex-governador Geraldo Alckmin, e o pré-candidato à Presidência, o ex-presidente
Lula, que permaneceu com a cabeça baixa enquanto Suplicy falava, com um papel
em mãos.
— A proposta não foi considerada, infelizmente,
entreguei por e-mail há dez dias e não foi considerada ainda, entre os itens
principais, a instituição da renda básica de cidadania, aprovada por todos os
partidos e sancionada pelo presidente Lula. Está no programa do PT há muitos
anos. Ele (Mercadante) tem alguma coisa comigo, não me convidou para essa
reunião! Mas hoje estou aqui e continuarei trabalhando para que Lula e Alckmin
instituam a renda básica de cidadania enquanto eu estiver vivo — disse Suplicy,
cortando uma fala do ex-senador Aloizio Mercadante, presidente da Fundação
Perseu Abramo e um dos coordenadores da campanha de Lula.
Sem passar o microfone a Suplicy, que permaneceu de
pé em frente à mesa, Mercadante respondeu que não era sua “função” acompanhar a
lista de convidados:
— De fato não tive como acompanhar o convite de
todas as pessoas. É só olhar o tamanho do plenário. Nem era minha função —
respondeu o ex-senador e ex-ministro.
Em seguida, Mercadante explicou que a proposta de
renda básica de cidadania, motivo de reclamação de Suplicy e uma de suas
principais pautas na vida política, seria discutida “em debate aprofundado” e
“em momento oportuno” com as demais propostas que serão recebidas na plataforma
recém-lançada pelo PT. Afirmou, ainda, que a reclamação era injusta:
— Cometeu duas graves injustiças aqui. Mas estou
acostumado, fui líder com vossa excelência na bancada, sei que é assim mesmo.
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