Com informações do Blog do César Santos
Quase a totalidade dos prefeitos que compõem a
Associação dos Municípios do Oeste Potiguar (AMOP-RN) não quer votar no
ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) para senador. Grande parte desses gestores
apoia a reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT), que tem Carlos como
pré-candidato ao Senado.
De acordo com o prefeito de Patu, Rivelino Câmara
(MDB), que preside a AMOP-RN, “Ele (Carlos Eduardo) é um desagregador, tem
espatifado por onde passa”, afirma.
Rivelino diz que os gestores municipais, em sua
maioria, apoiam a chapa Fátima/Walter Alves, mas vão com o ex-ministro Rogério
Marinho (PL) para o Senado da República. E, dentro do MDB, ressaltou Rivelino,
não há possibilidade de convencimento em prol de Carlos Eduardo.
Rivelino Câmara afirmou ao Blog do Cesar Santos que
os prefeitos que apoiam o governo tem a ideia de fortalecer a governadora
Fátima Bezerra, "que tem sido parceira dos municípios, assim como temos o
mesmo pensamento em relação ao ex-ministro Rogério Marinho, que é o nosso
candidato a senador. No Ministério do Desenvolvimento Regional, ele adotou como
meta um trabalho de apoio aos municípios, que é onde as pessoas vivem. Rogério
levou muitas obras para todos os municípios do nosso estado. Diante dessa
parceria com os municípios, posso afirmar que os prefeitos o apoiam. Em nossa
região, a grande maioria dos gestores vota na governadora Fátima e no senador
Rogério."
De acordo com Rivelino, apesar de ter sido prefeito
de Natal, Carlos Eduardo não reconhece a luta dos prefeitos e, recentemente,
deu declaração colocando os gestores municipais sob suspeita quando questionou
a aplicação de recursos de emendas parlamentares nos municípios.
"Aquela declaração afastou ainda mais a
possibilidade de uma aproximação. Como alguém pode dar uma declaração daquela?
Os municípios enfrentam problemas de toda ordem e são os prefeitos que estão
presentes no dia a dia para resolvê-los. As pessoas moram nos municípios e é
nos municípios que os problemas existem. Então, mesmo que venham mais recursos,
vão ter sempre demandas para resolver. Carlos Eduardo, que foi prefeito, deveria
entender isso e fortalecer a luta dos gestores municipais, mas ele optou por
fazer o contrário."
Confira trecho do presidente da AMOP-RN para o Blog
do Cesar Santos:
O senhor, então, quer dizer que a opção por Rogério
Marinho tem a ver com a luta municipalista?
Temos que reconhecer que a luta municipalista se
fortaleceu muito através das associações regionais, das federações e da
confederação dos municípios. Também temos que ressaltar, por dever de justiça,
a presença de Rogério Marinho no Ministério do Desenvolvimento Regional, que
abriu uma maior possibilidade de os municípios do Rio Grande do Norte terem
maior acesso aos recursos federais. Aliás, é bom esclarecer que esses recursos
que chegam aos municípios por meio de convênios e emendas parlamentares são
fiscalizados pela Controladoria Geral da União, Ministério Público, Tribunal de
Contas, entre outros órgãos. Se existir algum problema em sua aplicação, os
órgãos de controle existem para fiscalizar. Agora, não pode é um ex-prefeito
(Carlos Eduardo) levantar suspeita contra os gestores municipais.
A declaração de Carlos Eduardo foi decisiva para que
os prefeitos afastassem a possibilidade de apoiá-lo para senador?
Ele disse que os prefeitos estavam com bolso cheio
de dinheiro, que eram recursos que vêm da União e que não sabiam onde eram
aplicados. Foi um absurdo. Eu acredito que isso aí sepultou de vez qualquer
possibilidade de um prefeito votar nesse cidadão para o Senado.
Mas, o presidente estadual do MDB, Walter Alves,
anunciou que o partido apoiará Carlos Eduardo e que vai tentar agregar o máximo
que puder a essa aliança. O senhor não vê possibilidade de convencimento e os
prefeitos mudarem em relação a Carlos Eduardo?
Essa possibilidade não existe. O próprio Walter
Alves acompanhou, antes da formação da aliança com a governadora Fátima, os
prefeitos conversando com Rogério, firmando parceria, buscando recurso para os
seus municípios. Antes de conversar com Rogério, eu conversei com Walter sobre
a nossa posição. Eu sigo a liderança de Walter a nível de partido e respeito a
aliança que o MDB fez com o PT. Agora, ele já tinha conhecimento do apoio dos
prefeitos a Rogério Marinho. Posso garantir que dos cerca de quarenta prefeitos
que fazem parte da nossa entidade (Associação dos Municípios do Oeste Potiguar),
quase todos não devem votar em Carlos Eduardo, porque ele tem um projeto
pessoal, individual, e em nenhum momento vem agregar a nossa luta. Ele é um
desagregador e, como diz o ditado popular, tem espatifado por onde passa. Dessa
forma, decidimos que vamos apoiar a reeleição da governadora, com Walter
vice-governador, mas não acompanharemos o candidato a senador da chapa.
O senhor preside uma entidade que agrega quase a
totalidade dos municípios do Médio e Alto Oeste do RN. É, sem dúvida, uma associação
importante e com influência política. De que forma essa organização pretende
participar das eleições 2022?
Hoje a gente tem trinta e oito municípios filiados e
chegaremos a quarenta e dois até o início de julho, ou seja, estamos reunindo
todas as forças municipais da região. A associação surgiu para fortalecer a
luta dos gestores em prol dos municípios e das pessoas. A nossa luta já é
vitoriosa. Conquistamos uma base do Samu na nossa região, com sede em Patu, que
atende onze municípios. Vamos conseguir outra base do Samu para Pau dos Ferros;
com isso, teremos todos os municípios oestanos assistidos por esse importante
serviço de saúde. Seremos a primeira região totalmente integrada ao Samu. Nossa
luta conseguiu, via Ministério do Desenvolvimento Regional, uma máquina
perfuratriz que vai começar a perfurar poços nos municípios. Estamos levantando
outras discussões importantes como a questão do consórcio de saúde do Oeste,
que vai instalar uma policlínica em Pau dos Ferros para atender os municípios
de toda a região. São essas lutas que a gente vai apresentar durante a campanha
eleitoral, apoiando aqueles candidatos que assumirem as nossas bandeiras. A
opção pela reeleição da governadora e Rogério Marinho para o Senado está dentro
do que a gente entende como o melhor para o movimento municipalista.
Mas, essa posição político-eleitoral não ameaça
abrir divergências e dividir a própria associação?
Defendo uma associação apartidária, porque ela é
formada por gestores que são políticos que estão envolvidos com a defesa dos
municípios, independentemente da questão político-partidária. Na nossa
entidade, todo mundo respeita o espaço de cada um. Inclusive, vamos fazer
convite para todos os candidatos apresentar as suas propostas e assumir
compromissos com nosso estado e, especificamente, com a nossa região. Vamos
propor que todos assumam compromissos com questões importantes da região e,
dessa forma, cada gestor tem a decisão livre de escolher o que considerar
melhor para o seu município, para a nossa região e para o Rio Grande do Norte.
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