Os passageiros que precisam pegar ônibus na Avenida
Abel Cabral, em Nova Parnamirim, estão sofrendo. Com a redução das viagens
diárias, o tempo de espera nas paradas chega a mais de duas horas.
É difícil saber a hora que os ônibus passam por uma
das mais movimentadas avenidas da Grande Natal. "Aqui na Abel Cabral, para
você pegar ônibus, você tem que sofrer bastante. Porque é uma, duas, três horas
para a gente pegar um ônibus aqui", conta a dona de casa Elisângela
Tavares.
Nem mesmo no grupo de troca de mensagens que tem
mais de 200 participantes é possível ficar bem informado sobre o horário das
duas linhas intermunicipais que vão para o bairro do Alecrim e Centro da
capital.
Quando o ônibus não passa de jeito nenhum, a saída é
fazer uma caminhada longa até a BR-101 ou até outra avenida mais próxima, em
que passe outra linha de ônibus.
Quem precisa do transporte público sofre e reclama
sem muita esperança. "É um sofrimento enorme. Você tem que se arriscar, ir
lá para a BR-101, em uma parada esquisita", conta a servidora pública
Marluce Silva. "À noite, só tem ônibus até 19h. Depois de 19h, ou você tem
carro ou então vá a pé", lamentou Elisângela Tavares.
O prejuízo financeiro tem sido a justificativa dada
pelas empresas de ônibus intermunicipais que operam na Avenida Abel Cabral para
a frota reduzida. Segundo o Departamento de Estradas de Rodagens (DER), que faz
a gestão do serviço, a situação na avenida já vem sendo debatida com o
Ministério Público e com as empresas. O DER, porém, disse não ter conhecimento
de que a espera estava tão longa.
"Foram apresentados quadros de horários novos, com
algumas reduções de horários por questão de demanda. E no último aumento de
combustível que houve, eles tiveram que fazer uma logística nova para não haver
a parada da linha totalmente. Eles estão diminuindo alguns horários para poder
manter as linhas em funcionamento", comentou Rômulo Lins, diretor de
transporte do DER.
"O DER está acompanhando. Vou pedir novamente
para uma equipe ir lá, sábado e domingo, para ver se os horários apresentados
são realmente suficientes, ou se precisará de mais alguns", completou.
Para aumentar o número de viagens, as empresas
intermunicipais que operam no estado vêm cobrando uma ajuda de custo por parte
do governo. Atualmente, as que operam na região metropolitana têm a isenção de
pagamento do ICMS sobre o combustível. Segundo o DER, a solicitação das
empresas está sendo estudada.
Enquanto não tem solução, haja tempo para ficar nas
paradas de ônibus. "Quem depende do ônibus sofre. Vem a chuva e não vem o
ônibus", desabafa a técnica em enfermagem Maria do Livramento.
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