Por Daniel Adjuto, CNN
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro irá depor neste
sábado (2), entre 11h e 14h, em Curitiba. Ele falará no âmbito do inquérito que
apura as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no
trabalho da Polícia Federal, caso que foi estopim da demissão
de Moro do governo.
Três
procuradores da República designados por Augusto Aras vão participar
da oitiva.
No último dia 24, o então ministro da Justiça e
Segurança Pública pediu demissão do cargo depois de o presidente Jair Bolsonaro
exonerar o diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo.
Diante das declarações, a PGR pediu, e o Supremo
Tribunal Federal autorizou a abertura de um inquérito para investigar o que
disse Moro.
O ministro
Celso de Mello, relator do caso no STF, decidiu ontem que a Polícia Federal
deveria ouvir o ex-ministro em até cinco dias, e o depoimento foi então marcado
para este sábado.
Entenda a crise
Moro pediu demissão do Ministério da Justiça na semana
passada depois que Bolsonaro tirou Maurício Valeixo, indicado pelo ex-ministro,
da direção-geral da Polícia Federal. O presidente nomeou o diretor-geral da
Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, para o cargo.
Ramagem é amigo da família Bolsonaro.
A escolha de Ramagem, no entanto, foi barrada pelo
ministro Alexandre de Moraes, do STF, justamente porque há um inquérito na
corte que apura as acusações trocadas por Moro e Bolsonaro em relação à troca
no comando da PF.
Moro deixou o governo acusando Bolsonaro de tentar
interferir politicamente na Polícia Federal, pedindo informações sobre
investigações em andamento. O presidente negou e acusou o ex-ministro de
condicionar a mudança na PF à promessa de uma vaga no STF -- o que Moro, por
sua vez, também refuta.
O objetivo do inquérito no Supremo é apurar se foram
cometidos os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo,
advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça, corrupção passiva
privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra.

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