O homem suspeito de ter matado
envenenado o enteado de 5 anos de idade será indiciado por
homicídio duplamente qualificado, segundo a Polícia Civil. O garoto morreu na
madrugada do domingo (15), em Natal, e um laudo pericial confirmou nesta
terça-feira (17) que ele ingeriu uma substância presente em pesticidas e
inseticidas, o que provocou o óbito.
De acordo com Ernani Júnior, delegado da Divisão de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) responsável pelas investigações, as
provas apontam para a responsabilidade do padrasto na morte do garoto João
Victor.
A mãe do menino disse em depoimento que guardava, em
cima de um armário alto e escondido atrás de dois capacetes de moto, um veneno
de rato. Ainda segundo a mulher, o vidro com a substância sumiu do lugar que
ela costumava deixar.
João Victor ficou sozinho com o padrasto em casa no
sábado (14), quando a mãe precisou sair para fazer compras. “Ela deixou o local
por 10 minutos”, afirma o delegado Ernani. Os três moravam em uma residência no
bairro de Nova Descoberta, na Zona Sul.
Na volta, a mulher encontrou o filho desfalecendo,
dizendo que não conseguia mais enxergar. “O suspeito ficou sentado no sofá e
nada fez para ajudar”, conta o delegado. A mãe então procurou uma vizinha e as
duas pararam um carro na rua para levar a criança até um hospital. Depois de
internado, João Victor morreu na madrugada do domingo (15).
O laudo do Instituto Técnico-Científico de Perícia
(Itep) confirmou nesta terça (17) a suspeita do médico que, no fim de semana,
fez a autópsia do corpo: o menino tinha veneno no estômago.
De acordo com Ernani Júnior, as qualificadoras que
agravam o crime de assassinato supostamente praticado pelo padrasto são o fato
de ter sido cometido com uso de veneno, enganando a vítima, portanto sem chance
de defesa, e também o garoto ter menos de 14 anos de idade. São duas
características que, para a Justiça, tornam o homicídio mais grave. “Por isso
será indiciado por homicídio duplamente qualificado”, reforça.
Ainda segundo o delegado Ernani Júnior, durante os
depoimentos o suspeito ficou calado. Nem negou, nem confirmou a autoria do
crime.
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