O Globo
A Polícia Federal (PF) realiza nesta terça-feira mais
uma fase da Operação Lava-Jato. São cumpridos 47 mandados de busca e apreensão
em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal. A PF e o Ministério
Público Federal (MPF) investigam pagamentos suspeitos de R$ 132 milhões da Oi
para empresas do filho do ex-presidente Lula, Fabio Luis Lula da Silva, o
Lulinha.
Essa é a 69ª fase da Operação Lava-Jato e foi batizada
de “Mapa da Mina”, um desdobramento da 24ª fase, que levou o ex-presidente Lula
para depoimento.
De acordo com o Ministério Público Federal, tais
pagamentos foram realizados sem justificativa econômica plausível enquanto o
grupo Oi/Telemar foi beneficiado por diversos atos praticados pelo Governo
Federal.
Contratos e notas fiscais colhidas pela operação, além
da quebra de sigilo bancário e fiscal que demonstrariam que as empresas do
grupo Oi/Telemar contrataram as empresas de Lulinha sem cotação de preços e com
pagamentos acima dos valores contratados e praticados no mercado, bem como teriam
realizado pagamentos por serviços não executados.
“Entre 2005 e 2016 o grupo Oi/Telemar foi responsável
por 74% dos recebimentos da Gamecorp”, afirma o MPF, citando uma das empresas
de Lulinha.
Fabio Luis Lula da Silva é sócio de Fernando Bittar,
Kalil Bittar e Jonas Suassuna em pelo menos nove empresas. Fernando Bittar e
Jonas Suassuna também aparecem como proprietários do sítio de Atibaia, que
levou à condenação do ex-presidente Lula a 17 anos, um mês e dez dias de prisão
pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
De acordo com a Lava-Jato, as evidências apontam que
os serviços contratados pelo grupo econômico foram contratados em patamares
ínfimos ou sequer foram prestados.
“O montante dos repasses apurado até o momento chega a
R$ 193 milhões, ocorridos entre 2005 e 2016”, afirma a Polícia Federal.
Segundo o MPF, o grupo Oi/Telemar teria sido
beneficiado pelo Governo Federal em algumas decisões políticas e
administrativas.
Além dos pagamentos para empresas ligadas ao filho do
ex-presidente Lula, a Lava-Jato também apura pagamentos para a RT Serviços
Especializados, empresa que teria sido utilizada para o custeio de despesas do
ex-ministro José Dirceu.
Além da Oi, os investigadores também apuram indícios
de irregularidades da empresa Vivo. Dados bancários indicam o pagamento de R$
40 milhões de uma das empresas do grupo.
A operação foi batizada d e “Mapa da Mina”, em razão
de um arquivo eletrônico de apresentação financeira interno da empresa
encontrado durante a deflagração da 24ª fase da Operação.
Os mandados expedidos pela 13ª Vara Federal, em
Curitiba, estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O GLOBO está procurando as empresas e pessoas
investigadas.
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