O ABC é o terceiro clube rebaixado para a Série D do
Campeonato Brasileiro este ano - os outros dois foram Luverdense e Atlético-AC,
do Grupo B. Lanterna do Grupo A da Série C, com 15 pontos, o Alvinegro não tem
mais chances de sair do Z-2 com a conclusão da penúltima rodada, neste domingo
- o Treze
venceu o Confiança fora de casa e chegou aos 18 pontos, com cinco
vitórias, na oitava posição; o ABC, se vencer na última rodada, só pode chegar
a quatro vitórias.
- A competição nos deu muitas oportunidades de escapar
do rebaixamento. Não tivemos competência para fazer - falou um desanimado
Roberto Fernandes na coletiva de sábado, após o empate
por 1 a 1 com o líder Sampaio Corrêa.
Parecia prever a queda antecipada. Em 17 jogos, foram
apenas três vitórias, seis empates e oito derrotas. Ainda tem um jogo para
fazer, na última rodada, na qual enfrenta o Globo FC no Barretão, em
Ceará-Mirim. A partida está marcada para sábado, às 17h.
Sem salvação
Ao longo do campeonato, o ABC teve três treinadores. O
primeiro foi Ranielle Ribeiro, que vinha do vice-campeonato no estadual e saiu
de cena após a derrota para o Confiança na terceira rodada. Conquistou quatro
dos 15 pontos da equipe. A diretoria alvinegra, então, apostou em Sérgio
Soares. Foram quatro derrotas sob o comando dele e a crise estava instalada.
Chegou a vez de Roberto Fernandes ser acionado para
salvar o ABC, como havia conseguido em 2013, na Série B. Desta vez, não teve
como reforçar o elenco como queria e precisava. Teve 10 rodadas para tirar o
time da zona de rebaixamento, mas não obteve sucesso. Apesar de fazer bons
jogos na reta final, a equipe sucumbiu à incompetência no setor ofensivo,
amargando resultados negativos frustrantes.
Quando ensaiava embalar uma sequência positiva, sempre
vinha um tropeço. Assim aconteceu na derrota de virada para o Confiança, no
Frasqueirão, por exemplo. O empate com o Botafogo-PB em João Pessoa também foi
dolorido. A injustiça (existe no futebol?) foi o empate sem gols com o Santa
Cruz, massacrando o Tricolor do início ao fim e parando no goleiro Anderson. Ou
seria na incompetência do setor ofensivo?
- Um dos fundamentos que mais a gente trabalhou desde
a minha chegada aqui foi a finalização. Até porque é minha característica,
sempre fui um treinador com vocação ofensiva. Nos treinamentos o rendimento não
é satisfatório, infelizmente. No que diz respeito à dedicação desse grupo, eu
seria covarde se eu não respeitasse todos eles.
Esse grupo nunca fez corpo mole
em treinamento, nunca deixou de se entregar 110% nos jogos que eu comandei. A
outra coisa é conseguir a melhor tomada de decisão e a competência de
finalização. Isso aí é inegável. Do nosso grupo, a gente tem o pior ataque -
comentou Roberto, ainda no sábado, falando sobre um dos fatores desta
trajetória para o rebaixamento.
Será a primeira vez do ABC na Série D. Na última divisão
do Brasileirão, terá a companhia do arquirrival América-RN, que está neste
"inferno" há três temporadas - caiu no mata-mata para Juazeirense,
Imperatriz e Jacuipense nos três anos, respectivamente. Na Série D de 2020, o
Rio Grande do Norte ainda terá o Potiguar de Mossoró, terceiro colocado no
estadual deste ano, e pode ter o Globo FC, que agora luta contra o rebaixamento
com o Treze.
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