A Câmara dos
Deputados aprovou nesta quarta-feira (21) o projeto que permite posse
de arma em toda a extensão da propriedade rural.
Como o texto já
passou pelo Senado, seguirá para o presidente Jair Bolsonaro decidir
se sanciona, veta parcialmente ou veta a íntegra.
A urgência
do texto foi aprovada nesta terça (20), o que viabilizou a votação
da proposta diretamente pelo plenário, sem discussão em comissões.
O direito ao porte é a autorização
para transportar a arma fora de casa. O direito à posse só
permite manter a arma dentro de casa.
Entenda o projeto
De acordo com o Estatuto do Desarmamento, de 2003,
quem tem posse de arma pode manter o objeto "no interior de sua residência
ou domicílio".
Portanto, no caso de propriedade rural, a posse só é
permitida na sede da fazenda.
O texto aprovado pela Câmara, contudo, estabelece a
chamada "posse rural estendida", ou seja, permite que a posse de arma
se estenda por toda a propriedade rural.
Argumentos pró e contra
Durante toda a sessão, deputados apresentaram
argumentos favoráveis e contrários ao projeto.
José Mário Schreiner (DEM-GO), por exemplo, afirmou
que o morador do campo precisa de arma para proteger não só a casa, mas toda a
propriedade.
"Só quem não conhece a realidade do homem e da
mulher rural, do pequeno, do médio ou do maior proprietário e principalmente
dos trabalhadores rurais, não entende a vulnerabilidade que os produtores
rurais vivem no nosso país", disse.
Na mesma linha, Domingos Sávio (PSDB-MG) disse que o
poder público não consegue garantir "a menor condição" de segurança
no meio rural.
Deputados contrários ao projeto, porém, como Paulo
Teixeira (PT-SP), argumentaram que liberar a posse de arma pode aumentar a
violência.
"A liberação de armas num país onde há 60 mil
homicídios vai aumentar a violência e os homicídios. O que está se tentando
fazer ao liberar mais armas no campo é potencializar o conflito agrário, para
que haja mais mortos e mais vítimas", disse o deputado.
Também contrário, Marcelo Freixo (PSOL-RJ) disse que
"ninguém quer ver desproteção" do morador do campo, mas "não é
verdade" que a ampliação da posse de arma protegerá mais quem vive em área
rural.
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