Reportagens exibidas pela
TV Globo e publicadas pelo jornal O Globo sobre o Banco Master repercutiram
intensamente nas redes sociais e foram elogiadas por apoiadores do
ex-presidente Jair Bolsonaro, que passaram a afirmar que a emissora teria
“soltado a mão” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF).
De acordo com a apuração
divulgada, Moraes teria entrado em contato com o presidente do Banco Central,
Gabriel Galípolo, para tratar da tentativa de venda do Banco Master ao Banco de
Brasília (BRB). Segundo a reportagem, o ministro teria procurado Galípolo ao
menos quatro vezes, por meio de ligações telefônicas e também de forma
presencial.
O Banco Central, no
entanto, barrou a operação em setembro. Conforme as investigações da Polícia Federal,
o Banco Master é suspeito de uma série de irregularidades. Entre elas, a
suposta fraude em papéis vendidos ao BRB, com o conhecimento da instituição
compradora, que é um banco público. A PF estima que o prejuízo possa chegar a
R$ 12 bilhões.
Ainda segundo informações
publicadas pelo O Globo, a esposa do ministro Alexandre de Moraes, a advogada
Viviane Barsi de Moraes, mantém um contrato de prestação de serviços com o
Banco Master. O acordo previa o pagamento de R$ 3,6 milhões mensais, durante
três anos, a partir de janeiro de 2024, o que totalizaria cerca de R$ 129
milhões ao fim do contrato.
As notas divulgadas pelo
ministro Alexandre de Moraes e pelo Banco Central não mencionam os contatos
telefônicos relacionados ao Banco Master, conforme apontado na reportagem. O
caso segue sob investigação da Polícia Federal.
A cobertura gerou forte
repercussão política e passou a ser usada por grupos bolsonaristas como exemplo
de uma postura mais crítica da Rede Globo em relação ao ministro do STF, figura
central em decisões judiciais que atingiram o ex-presidente e seus aliados.

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