A Prefeitura do Natal deu o primeiro passo para tirar do
papel a Via Mangue, projeto viário que promete mudar de forma profunda a
mobilidade da Zona Norte da capital. Com o início dos estudos topográficos, a
gestão municipal aposta em uma nova ligação entre as pontes de Igapó e Newton
Navarro para reduzir congestionamentos, reorganizar o tráfego nos bairros e
criar uma alternativa à sobrecarregada Avenida João Medeiros Filho. O orçamento
da obra foi estimado inicialmente em cerca de R$ 180 milhões.
“Estamos iniciando o trabalho de topografia, que vai
oportunizar os primeiros traçados e os projetos iniciais para a tão sonhada
obra da Via Mangue, uma obra importantíssima da gestão para a mobilidade
urbana, em especial da Zona Norte”, afirmou a secretária de Mobilidade Urbana
de Natal, Jódia Melo. De acordo com ela, a via vai ligar a Ponte de Igapó à
Ponte Newton Navarro, criando uma alternativa à Avenida João Medeiros Filho,
hoje principal corredor da região.
“A obra vai ligar a Ponte de Igapó até a Ponte
Newton Navarro, dando a oportunidade de trafegar e dar mais fluidez ao interior
dos bairros da Zona Norte, onde também serão projetados novos binários para que
a gente possa dar esse fluido completo”, explicou Jódia Melo. A proposta inclui
ainda infraestrutura voltada à mobilidade ativa. “Essa Via Mangue terá oportunidade
de contemplação, ciclovia, ciclofaixa, mobilidade ativa, locais para caminhada.
Vai ser uma obra de verdade de suma importância para essa gestão”.
Além do impacto viário, a secretária destacou o
papel ambiental do projeto. Segundo ela, o traçado da via vai acompanhar áreas
de proteção próximas ao rio Potengi, funcionando também como um limite físico
para a ocupação irregular. “Mais lá em cima, próximo à Ponte de Igapó, ela vai
margear o rio, que é exatamente uma zona de proteção ambiental, a ZPA-8. O objetivo
é exatamente para que as casas não avancem até o rio”, disse. “Essa obra foi
projetada para ser uma barreira ambiental também. Com essa via projetada e
executada, faz com que ela seja o limite até onde as casas poderão chegar”.
Jódia Melo ressaltou que o desenho final da Via
Mangue ainda depende dos dados técnicos que estão sendo coletados. “Os
primeiros traçados já foram feitos no papel, mas isso só vai se confirmar
quando a topografia estiver pronta, para ver o tipo do solo, a altitude, qual o
local que a gente consegue passar, sem precisar desapropriar casas”, afirmou.
Segundo ela, apenas após essa etapa será possível
definir o custo real da obra. “Hoje ele está só estimado [em R$ 180 milhões].
Quando a gente tiver o anteprojeto pronto, aí sim vai poder sair o projeto
executivo, a contratação e a concretização do orçamento”.
A Via Mangue deve ter entre 7,5 km e 8 km de
extensão, a depender do traçado definitivo, e poderá ser executada em até três
fases. “Há a possibilidade de fazer em três fases, e cada fase já tem
funcionalidade”, explicou Jódia. “Cada vez que uma fase for concluída, ela já
vai ter a oportunidade de que as pessoas transitem e entrem nos bairros
automaticamente. Não será necessário a obra estar totalmente completa para que
as pessoas possam começar a utilizá-la”.
Para a secretária, o impacto no trânsito da Zona
Norte será imediato. “Essa obra vai possibilitar uma revolução na mobilidade
aqui, em especial da Zona Norte, porque hoje a gente tem retenções muito
grandes na João Medeiros Filho”, afirmou. “Quando você já sai na Ponte Newton
Navarro ou na Ponte de Igapó, você pode fazer o trânsito por essa nova via e
seguir nas vias perpendiculares até o bairro”.
O projeto também prevê mudanças no sistema viário de
avenidas como Pompeia, Boa Sorte e Maranguape. “Binários serão feitos para dar
uma composição e complementar essa Via Mangue, oportunizando vias mais largas.
Será uma reestruturação completa”, disse Jódia Melo. Nesse caso, no entanto,
ainda não há orçamento ou projetos concretos.
Segundo a secretária, o cronograma inicial prevê a
conclusão da topografia em cerca de 30 dias, seguida pelo desenvolvimento do
anteprojeto. “Daqui a 30 dias a gente já tem a topografia, com mais 60 dias a
gente tem os primeiros traçados da obra”, afirmou. “Estamos ainda no primeiro
ano de gestão e já dando início a essa grande obra prometida no plano de
governo do prefeito Paulinho Freire”.
Além da mobilidade urbana, a Via Mangue também é
vista pela secretária como estratégica para o turismo. “As pontes dão acesso a
todo o litoral da Zona Norte, todas as praias. Isso vai ser um grande avanço
para o turismo, que é o principal fundo de renda da nossa cidade”, destacou.
“Além disso, vai ter espaço de contemplação para o rio. Vai ser, de fato, uma
obra que vai revolucionar tanto a Zona Norte como o complexo turístico desse
ambiente”.
O prefeito Paulinho Freire (União Brasil) disse, ao
acompanhar o início dos trabalhos, que o projeto irá solucionar um grande
gargalo na cidade. “É um problema seríssimo de mobilidade aqui na Zona Norte. E
essa via vai ajudar tanto a Zona Norte, para que melhore a mobilidade, mas
também o turismo da nossa cidade. É um sonho que nós prometemos durante a
campanha”, comentou.
Promessa de campanha
Ainda durante a campanha eleitoral de 2024, Paulinho
Freire prometeu dar início ao projeto da Via Mangue. À época, durante o
programa eleitoral, ele destacou que a via teria 7,5 quilômetros de extensão,
quatro faixas de tráfego e ciclovia, com o objetivo de desafogar a Avenida João
Medeiros Filho.
Já em novembro deste ano, a vice-prefeita de Natal,
Joanna Guerra (Republicanos), reforçou a importância do projeto ao apresentar
demandas consideradas prioritárias para a capital potiguar em reunião com
parlamentares do Rio Grande do Norte. No encontro, ela solicitou apoio político
e institucional para a construção da Via Mangue.

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