No verão, as temperaturas sobem, as preocupações com
a saúde aumentam, e a pressão pode baixar. O calor da estação mais quente do
ano favorece quedas de pressão e também pode atingir com intensidade as pessoas
mais vulneráveis a casos de hipotensão arterial, a pressão baixa – abaixo de
90×60 mmHg. No calor costuma haver queda nos níveis de pressão, já que as
artérias se dilatam mais e o sangue circula sem precisar de tanta força. A
pressão baixa pode ocorrer por desidratação, comum nessa época, mas se os
sintomas forem recorrentes, é importante sondar a causa com ajuda profissional.
O cardiologista Gustavo Torres, do HUOL, explica que
as temperaturas altas afetam o sistema cardiovascular e levam à queda da
pressão arterial devido principalmente à desidratação. “Em consequência da
deficiência de água no corpo, há menor volume de sangue circulante ou mais
concentrado. Isso afeta a pressão arterial, que tende a baixar, e a frequência
cardíaca, que tende a subir”, diz. Embora a hipotensão geralmente não seja tão
preocupante quanto a pressão alta, pode causar desconfortos e riscos,
especialmente se os episódios forem frequentes.
Os sintomas da hipotensão costumam ser bem
evidentes, ressalta o cardiologista. Entre eles estão tonturas, escurecimento
de vista, sensação de desmaio, fraqueza e cansaço excessivo, visão turva,
náuseas, dificuldade de raciocínio e, eventualmente, desmaios. Há também
relatos de sonolência, mas isso pode estar mais associado a sintomas como
fraqueza e perda de força.
Apesar de o calor atingir a todos, há grupos de
risco mais vulneráveis à hipotensão arterial. Gustavo Torres ressalta os
cuidados com os idosos, hipertensos, e pessoas em geral com histórico de queda
de pressão, que devem ter maior cuidado nesse período.
“O idoso em especial, com o passar do tempo,
naturalmente perde o reflexo de sentir sede. O que torna mais fácil ocorrer
desidratação e hipotensão. Então principalmente nessa época, a hidratação deve
fazer parte da rotina dos idosos, mesmo sem sentir sede”, enfatiza. Pressão
baixa não é considerada uma doença em si, mas também pode estar relacionada com
doenças graves como infarto do miocárdio, embolia pulmonar, diabetes, doença de
Addison, e algumas síndromes.
Quem utiliza medicamentos anti-hipertensivos deve
ter cuidados extras no calor. “Os hipertensos devem ter cuidado maior com a
hidratação e evitar exposições desnecessárias ao sol – ou se proteger
devidamente com filtro solar.
Na presença de sintomas é preciso procurar verificar
a pressão arterial, principalmente se for idoso ou hipertenso”, diz o médico.
No verão muita gente vai para as ruas, praias e
demais lugares ao ar livre para se exercitar. Esse tipo de exposição só promove
risco de hipotensão se for realizada sem os devidos cuidados. Gustavo Torres
recomenda a hidratação como prioridade de quem está fazendo exercícios. E além
disso, evitar exposições diretas ao sol em horários de maior incidência de
raios UV (10h às 16h).
“Se for exposto, sempre com a proteção de filtro
solar, que deve ser reposto a cada duas horas”, acrescenta.
Sem pressão
A hidratação no verão é fundamental e, além de água,
outros líquidos também devem fazer parte dessa prevenção refrescante, como os
sucos naturais da fruta e a água de coco. Alimentação também conta como item
importante. Frutas, saladas e carnes magras devem fazer parte do cardápio no
verão porque são mais leves, de fácil digestão e não causam aquela sensação de
mal-estar após as refeições. A preferência deve ser dada a alimentos de origem
orgânica e in natura como os produtos frescos, sem conservantes e adição de
açúcar e sal, além dos alimentos com menos gordura trans.
Para minimizar os riscos associados às oscilações da
pressão arterial, observar os próprios hábitos de vida é fundamental. Entre os
procedimentos recomendáveis estão: manter o peso ideal, alimentar-se de forma
equilibrada, reduzir o consumo de bebida alcoólica, abandonar o sedentarismo e
o tabagismo, e procurar ter uma vida menos estressante.
O tratamento da pressão arterial baixa depende das
características, da gravidade e das causas dos sintomas. Quando não há
sintomas, pessoas saudáveis com hipotensão normalmente não precisam de qualquer
intervenção terapêutica. Porém, caso a pressão baixa seja provocada por uma
condição de base, o tratamento deve focar em reverter, reduzir ou corrigir esse
problema.
O exame clínico e o levantamento da história do
paciente são dados importantes para o diagnóstico da hipotensão, mas testes de
laboratório podem ser necessários para respaldar o diagnóstico. Em alguns
casos, é necessário pedir um exame chamado MAPA (monitorização ambulatorial da
pressão arterial).
Em caso de queda brusca de pressão arterial, há
medidas que podem ajudar a controlar a crise. Recomenda-se que a pessoa deve se
deitar numa posição confortável e, se possível, com os pés mais elevados do que
o coração e a cabeça; deve também ingerir bastante líquido para aumentar o
volume do fluxo sanguíneo, mas em pequenos goles e dar preferência a sucos de
frutas, se estiver em jejum há muito tempo. Se os sintomas persistirem por mais
de 15 minutos, a pessoa deve ser encaminhada para atendimento médico de
urgência.
PRESSÃO BAIXA NO VERÃO
Causas:
Desidratação;
Jejum prolongado;
Uso excessivo de medicamentos contra hipertensão, diuréticos ou remédios para
emagrecer.
Sintomas:
Fraqueza;
Perda de força;
Baixa de energia;
Tontura;
Visão turva;
Suor frio;
Taquicardia;
Náuseas;
Sensação de desmaio ou desmaio.
Precauções:
Manter-se
hidratado;
Usar roupas mais leves;
Evitar exposição mais prolongada ao sol e locais muito quentes e úmidos;
Alimentação equilibrada e leve com frutas, saladas e carnes magras;
Reduzir álcool;
Fazer exercícios.
O que fazer quando acontece?
Deitar
a pessoa no chão;
Elevar as pernas acima do nível do coração;
Resfriar o corpo com compressas de gelo, água fria, ventilador ou
ar-condicionado;
Ingerir bastante líquido para aumentar o volume do fluxo sanguíneo, mas em
pequenos goles.

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