terça-feira, 9 de dezembro de 2025

PF investiga crimes financeiros e lavagem de dinheiro com participação de funcionário da Caixa no RN; saiba como era esquema

 


A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (9), em Natal, a Operação CA/CL. A ação visa crimes financeiros e lavagem de dinheiro praticados por organização criminosa especializada em obter empréstimos e linhas de crédito por meio de fraudes, utilizando empresas de fachadas ou registradas em nome de terceiros com a intenção de não honrar os valores contratados.

As investigações apontam que o esquema envolve múltiplos participantes e segue um padrão estruturado. Entre as práticas identificadas, destaca-se o uso de empresas inativas, alterações societárias para inclusão de laranjas, aumento fictício de capital social, apresentação de documentos fiscais ideologicamente falsos, indicação de endereços incompatíveis e utilização de garantias inexistentes. Também foram constatadas emissões de notas fiscais falsas posteriormente canceladas e a suposta utilização de máquinas pesadas inexistentes como garantia.

O grupo contava ainda com a participação de um gerente da Caixa Econômica Federal, responsável por inserir informações falsas em sistemas internos de avaliação de risco, ignorar alertas e aprovar créditos sem a verificação adequada. Algumas empresas chegaram a declarar faturamento de milhões de reais sem possuir qualquer funcionário registrado. Esse agente atuou para dois núcleos distintos do esquema, cada qual com sua própria estrutura de lavagem de dinheiro.

Após a divulgação ilícita dos valores, as quantidades foram pulverizadas entre empresas de fachada e contas de pessoas físicas ligadas ao grupo, com aquisição de veículos e imóveis destinados à blindagem patrimonial. Parte desses bens foi registrada em nome de terceiros, e veículos de alto valor foram transportados para outros estados para dificultar o rastreamento.

As apurações também indicaram que o funcionário investigado adquiriu bens incompatíveis com sua capacidade financeira. Informações encaminhadas à Polícia Federal apontaram ao menos 20 empresas utilizadas entre 2022 e 2025 para a prática reiterada das fraudes, gerando prejuízos estimados em milhões de reais. Há promessas de que outras empresas também tenham sido utilizadas, o que pode ampliar o montante apurado.

Na manhã de hoje, oito equipes da Polícia Federal cumpriram mandatos expedidos pela Justiça Federal, incluindo uma prisão preventiva e cinco prisões temporárias. Também foram determinadas medidas de bloqueio de contas bancárias e restrições sobre veículos e imóveis adquiridos com recursos ilícitos ou bloqueados em nome de terceiros.

Durante as buscas, foram apreendidos documentos, mídias eletrônicas, veículos, registros contábeis e outros materiais relacionados ao esquema de fraudes e lavagem de dinheiro. Os itens coletados subsidiarão novas etapas da investigação e poderão revelar outros participantes. Os investigados poderão responder por crimes financeiros, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

 

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