terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Pais denunciam uso de “gotinhas para dormir” em creche privada na Grande Natal

 


Pais e responsáveis denunciaram uma creche da rede privada localizada no bairro Cidade Arvoredo, em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Natal, por suposto uso de medicamentos para fazer crianças dormirem durante o período em que estavam na instituição. Os relatos indicam que crianças passaram a chegar em casa excessivamente sonolentas e com comportamentos considerados incomuns para a rotina delas.

As suspeitas ganharam força após depoimentos de mães e pais e relatos atribuídos às próprias crianças. Em um dos vídeos que circulam nas redes sociais, uma criança pequena responde à mãe sobre um “docinho” dado por uma professora e relata que o gosto era ruim, reforçando a preocupação dos responsáveis. Segundo os pais, o termo “docinho” seria um apelido usado internamente para se referir a supostas gotas de um medicamento. O assunto foi debatido no programa Via Certa 96 

De acordo com os relatos reunidos pela reportagem, funcionários teriam sido orientados, de forma interna, a administrar as gotas para induzir o sono das crianças, supostamente durante o banho. Ex-funcionários afirmam que o espaço físico da creche era reduzido, com crianças de diferentes idades no mesmo ambiente, e que não havia profissionais suficientes para atender à demanda.

Mensagens, áudios e conversas que começaram a circular após desligamentos de funcionários indicariam uma tentativa de controlar a comunicação com os pais. Em um dos áudios, uma pessoa orienta funcionárias a não comentar comportamentos das crianças com os responsáveis, pedindo que qualquer questionamento fosse tratado diretamente pela coordenação. Há ainda relatos de pedidos para que fotos das crianças fossem feitas sempre sorrindo.

Outras denúncias apontam que adolescentes e até crianças mais velhas teriam sido responsáveis por cuidar de bebês em determinados momentos, o que aumentou a apreensão das famílias. Pais relataram também que não tinham acesso às dependências internas da creche, ficando restritos à entrega e retirada das crianças no portão.

Após a repercussão do caso em blogs locais, o perfil da creche nas redes sociais foi colocado em modo privado e a logomarca alterada. Em nota, a instituição afirmou que não reconhece a veracidade das acusações, disse que adotou as medidas cabíveis e que está à disposição das autoridades, informando ainda que não concederá entrevistas neste momento. A Polícia Civil confirmou o recebimento da denúncia e informou que deve instaurar investigação para apurar os fatos, incluindo qual substância teria sido usada, se havia autorização dos pais e qual era a rotina adotada dentro da unidade.

 

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