segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

O voo que explica o Brasil

 


A história é rápida, indigesta e com cheiro de coisa errada. Dias Toffoli pegou carona num jatinho para ver a final da Libertadores em Lima. Até aí, apenas a vida mansa da elite togada. O problema é a companhia: no mesmo voo estava o advogado do Banco Master, justamente o advogado que, dias depois, pediria (e ganharia) o sigilo máximo e o controle total do inquérito que investiga… o Banco Master.

A cronologia é de fazer corar qualquer compliance:

A viagem – Toffoli e o advogado dividindo poltrona de jatinho rumo ao Peru.

O pedido – O “colega de voo” entra no STF pedindo acesso às provas.

A decisão – Toffoli atende, decreta sigilo absoluto e puxa a investigação para si.

Pronto: do nada, o ministro virou o guardião oficial do destino do cliente do amigo de viagem. Toda nova medida da PF agora precisa passar pelo crivo dele. Autonomia da Justiça Federal? Foi passear em Lima.

Enquanto isso, nas ruas, 48% dos brasileiros já acham que “Direitos Humanos” virou ferramenta para proteger bandido. E dá pra culpar? A percepção de justiça se desmancha quando ministros viajam apertadinhos com advogados interessados e semanas depois decidem exatamente o que esses mesmos advogados pediram.

Resumo da ópera: no Brasil, o risco jurídico não depende da lei. Depende de quem está sentado ao seu lado no jatinho. 

Esse texto foi copiado do Blog do Gustavo Negreiros

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