O presidente Lula manteve uma ligação sigilosa de 15
minutos com o ditador venezuelano Nicolás Maduro no último dia 2, confirmaram
fontes do Planalto. O petista pediu a avaliação de Maduro sobre os movimentos
dos Estados Unidos no Caribe e demonstrou preocupação com possíveis ações
militares americanas na região. A conversa ficou escondida por dias e só agora
veio à tona, divulgada pela CNN.
Foi o primeiro contato direto entre os dois em mais
de um ano, após o desgaste diplomático causado pela fraude nas eleições
venezuelanas de 2024 — episódio que o governo brasileiro tentou evitar
comentar. Auxiliares de Lula classificaram o telefonema como um “quebra-gelo”,
já que o Planalto vinha mantendo distância desde o congelamento das relações e
do bloqueio do Brasil à entrada da Venezuela no Brics.
Segundo fontes, Maduro repetiu a narrativa que
divulga publicamente: negou comandar cartel de drogas e disse ser “absurda” a
acusação de que narcóticos consumidos nos EUA partem do território venezuelano.
Lula não chegou a se oferecer como mediador entre Maduro e Washington, apesar
de já ter sinalizado essa intenção em conversas com Donald Trump.
Nos bastidores, o governo brasileiro avalia que os
EUA podem realizar uma ação “pontual e cirúrgica” contra alvos ligados ao
tráfico na Venezuela, mas sem invasão terrestre. Em Brasília, cresce a
percepção de que Lula tenta reaproximar Maduro em um momento de tensão
internacional — movimento que reacende críticas ao alinhamento histórico do
petista com ditaduras de esquerda na América Latina.

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