O secretário de Fazenda do Rio Grande do Norte, Cadu
Xavier, afirmou que o Governo do Estado deve encerrar 2025 com aproximadamente
R$ 1,5 bilhão em restos a pagar e outro valor semelhante referente ao déficit
previdenciário. O titular da Fazenda também negou que a folha do Estado chegará
a 40% em 2026.
As declarações foram dadas nesta quarta-feira (10)
ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News Natal. Segundo ele, parte das
interpretações recentes sobre a situação fiscal do Estado se deve ao novo
orçamento enviado à Assembleia Legislativa. “O orçamento que a gente trouxe de
volta, o conceito de orçamento deficitário, a gente agora em 2025, na PLOA de
2026, a gente encerra o déficit previdenciário. Por isso que gerou várias
interpretações, a meu ponto de vista, equivocadas”, disse.
O secretário destacou que o déficit fiscal permanece
registrado no documento. “O déficit está lá, R$ 1,1 bilhão. Restos a pagar,
acho que está em torno de um R$ 1,5 bilhão, de 2025 para 2026 a gente deve
deixar isso. E o déficit está posto lá, por causa da Previdência, em torno de
um R$ 1,5 bilhão também”.
Cadu Xavier também rebateu interpretações de que a
folha de pagamento subiria 40% em 2026. “Faço questão de negar essa informação.
Não faz sentido nenhum, no último ano, a gente aumentar a folha em 40%. A folha
vai aumentar em 2026 em torno de 7% a 8%”, afirmou.
O percentual, segundo ele, decorre principalmente da
política salarial anual e de acordos já firmados com categorias específicas.
“Existe a recomposição através da Política Salarial dos Servidores, que vai dar
em torno do IPCA, 4%. E também tem a negociação com algumas categorias. E
também tem essa outra recomposição para os servidores da segurança e da saúde”,
explicou. O piso do magistério, que será definido no início de janeiro, pode
acrescentar de 3% a 4,5%.
Impacto do piso do magistério
O secretário voltou a atribuir parte da pressão
sobre as contas estaduais aos aumentos considerador expressivos do piso
nacional do magistério em 2022 e 2023. “Em 2022 a gente teve 33%, e em 2023,
15%. Esses dois percentuais saíram da curva. Isso se tornou, não tem como
negar, é a maior categoria do Estado, se tornou um problema fiscal”, disse.
Ele lembrou que os reajustes incidiram sobre uma
categoria com cerca de 40 mil profissionais entre ativos e aposentados. “Passou
naquele momento ali de 50% de incremento na folha, isso gerou um grande impacto
na situação fiscal do Estado”, afirmou.
Cadu Xavier também apresentou números do
comprometimento da receita corrente líquida com pessoal ao longo dos últimos
anos. Ele citou que o Estado chegou a 53% em julho de 2022, após reduções de
alíquotas de ICMS definidas pelo Congresso, mas voltou a subir depois disso.
“Chegamos a 58% e hoje a gente volta numa trajetória de queda e a gente está
com um comprometimento de 55%”, afirmou.
O secretário reiterou que, apesar das pressões e das
interpretações públicas, o governo está controlando a despesa de pessoal e
conduzindo o orçamento com transparência. “Primeiro, o piso é uma lei, a gente
tem que cumprir a lei”, disse ao justificar os reajustes concedidos ao
magistério.

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