Afundados em uma crise sem precedentes, os Correios
decidiram cortar o vale-Natal de R$ 2,5 mil que havia sido pago aos
funcionários em 2024 por meio do Acordo Coletivo de Trabalho. O comunicado
interno foi enviado na noite de quarta-feira (3), confirmando que o benefício
não será renovado neste fim de ano por falta de recursos e necessidade urgente
de enxugar gastos.
A medida ocorre enquanto a estatal tenta destravar
negociações para um empréstimo de cerca de R$ 20 bilhões. O Tesouro Nacional já
sinalizou que não dará aval caso os bancos mantenham juros acima de 120% do CDI
— a proposta apresentada, de 136%, foi rejeitada, empurrando as conversas para
a próxima semana. A equipe econômica busca uma solução temporária que alivie a
pressão sobre a empresa, mas ainda sem definição clara.
O rombo financeiro é grave: de janeiro a setembro,
os Correios acumularam prejuízo de R$ 6,05 bilhões. A direção pretende usar o
empréstimo para quitar dívidas, bancar um programa de desligamento voluntário e
investir em melhorias logísticas para tentar recuperar mercado e reconquistar
clientes. Fornecedores também aguardam regularização de pagamentos atrasados,
considerada essencial para restabelecer a operação.
O ministro Fernando Haddad afirmou que qualquer
ajuda do Tesouro seguirá as regras fiscais, mas a indefinição aumenta a tensão
interna. Sem o benefício natalino e diante de cortes sucessivos, funcionários
veem o fim de ano marcado pela crise que ameaça a sobrevivência da estatal.
Com informações do R7

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