Ele só queria ajudar, mas
acabou sendo preso por um crime que não cometeu. A vida de Hallison Silva da
Costa, conhecido como Hallison Foguete, mudou completamente em 2015, quando ele
passava por uma rua em Macaíba (RN) e encontrou um homem agonizando. Tentou
socorrer, chamou o Samu, mas, com medo de ser acusado, deixou o local antes da
chegada da ambulância. No dia seguinte, veio a tragédia: foi apontado como o
autor do homicídio.
Mesmo mantendo contato com
a Justiça por todos esses anos, o caso se arrastou até 2025. No último dia 30
de outubro, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte reconheceu o erro e o
inocentou. Foguete passou meses preso em condições precárias, dividindo cela com
o dobro da capacidade e dormindo no chão. “Passei quatro meses sem cama, só um
banho de sol por mês. O sistema é uma máquina que transforma as pessoas”,
lamenta.
Durante o cárcere,
resistiu à revolta e às tentações do crime. “Só não me perdi porque tinha apoio
da família e da capoeira”, conta. A capoeira, aliás, foi o que salvou sua vida.
Em 2015, após pensar em suicídio, ele encontrou o neurocientista Sidarta
Ribeiro, que o convidou para treinar na universidade. “Recebi 59 abraços
naquele dia. Esqueci da tristeza e voltei a acreditar na vida.”
Com o apelido “Foguete”
dado por um mestre de Dubai, pela rapidez com que aprendeu a jogar, Hallison
reconstruiu sua trajetória. “Tive um derrame aos 17 anos, fiquei paralisado,
mas me curei com mastruz e aprendi capoeira sozinho. Hoje quero ensinar o que
aprendi.”
Livre e morando com a irmã
em Macaíba, ele planeja fazer o Enem 2026 e cursar Pedagogia. “Quero voltar a
trabalhar com educação e manter viva a capoeira, que me salvou.”
Depois de dez anos de luta
e dor, Hallison Foguete renasce com um novo propósito: transformar o sofrimento
em ensinamento e provar que o bem, mesmo quando é punido injustamente, pode
vencer.
Saiba Mais – matéria completa

Nenhum comentário:
Postar um comentário