Nenhum dos sete diretores do Banco Central indicados
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votou pela redução da taxa básica de
juros, a Selic, em 2025. Na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária)
realizada nesta quarta-feira (5), o colegiado decidiu manter os juros em 15% ao
ano pela terceira vez consecutiva — decisão unânime entre os nove integrantes.
Desde o início do ano, o Copom se reuniu sete vezes,
e em todas as ocasiões houve consenso entre os diretores para manter ou elevar
o patamar da taxa. A Selic acumulou alta de 12,25% para 15% ao longo de 2025,
mesmo após o governo Lula ter conquistado maioria nas cadeiras do BC em
janeiro. O presidente indicou nomes como Gabriel Galípolo, Ailton Aquino, Paulo
Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, entre outros.
A posição firme do Copom contrasta com o discurso do
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que defende espaço para cortes e
considera os juros atuais “insustentáveis”. Haddad afirmou recentemente que, se
integrasse o comitê, teria votado por reduzir a Selic. Mesmo assim, poupou
críticas diretas a Galípolo, justificando que o novo presidente do BC ainda
enfrenta reflexos da transição de gestão iniciada no fim de 2024.
Galípolo, por sua vez, tem defendido a manutenção da
Selic elevada por um “período prolongado”, alegando necessidade de estabilidade
e previsibilidade. Ele elogiou a convivência com o ex-presidente Roberto Campos
Neto, classificando a troca de comando no BC como “exemplar”. Com mais duas
indicações previstas para 2025, Lula completará a substituição dos diretores
herdados do governo Jair Bolsonaro, consolidando a sua maioria na autoridade
monetária.
Com informações do Poder 360

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