Após decretar a liquidação
do Banco Master na semana passada, o Banco Central se organiza para abrir uma
série de procedimentos administrativos destinados a investigar irregularidades
atribuídas à instituição de Daniel Vorcaro — preso pela Polícia Federal na
Operação Compliance Zero, junto com outros seis executivos. As apurações
internas devem ir além das fraudes já identificadas pela PF e pelo Ministério
Público e que motivaram as prisões.
As informações são do blog
da Malu Gaspar, do O Globo. O BC também mira o fundo Bravo, um FIDC ligado ao
Master e administrado pela Reag, empresa investigada na Operação Carbono Oculto
por suspeitas de ligação entre fintechs e o PCC. O fundo, que declarava
patrimônio de R$ 8 bilhões, nunca apresentou documentos detalhando suas
operações e funcionou por pouco mais de um ano, entre julho de 2023 e novembro
de 2024. No Senado, o senador Eduardo Girão articula uma investigação
legislativa ampla sobre supostas operações fraudulentas envolvendo o Master, o
BRB e possíveis transações associadas ao crime organizado.
Técnicos do Banco Central
relataram à PF e ao MP terem sofrido pressão política inédita durante o período
em que o Master ainda operava, segundo relatos divulgados ao longo das
investigações. Outra irregularidade sob análise é o não recolhimento dos
depósitos compulsórios, obrigação legal dos bancos para garantir a segurança do
sistema financeiro — prática que, segundo apurações, o Master deixou de cumprir
desde julho.
As novas frentes de
investigação podem resultar na inabilitação de Vorcaro e demais dirigentes para
atuar no sistema financeiro. No pedido de habeas corpus apresentado ao STJ, a
defesa do Master argumentou que as prisões ocorreram sem a existência de
apurações internas do BC. Fontes da autarquia, porém, afirmam que a prioridade
inicial foi comunicar as fraudes às autoridades e estruturar a liquidação do
banco, sem necessidade de abrir previamente processos administrativos formais.
Com informações do O Globo

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