Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
defendem que ele use um discurso mais moderado na cúpula Celac-União Europeia,
que acontece neste domingo (9) e segunda-feira (10) em Santa Marta, na
Colômbia. A orientação é evitar falas que possam gerar ruídos com os Estados
Unidos, em meio ao esforço do governo brasileiro para melhorar a relação com
Donald Trump.
A informação é da coluna do William Waack, da CNN.
Nos bastidores, integrantes da base admitem ser difícil conter o tom ideológico
de Lula, mas avaliam que críticas diretas aos EUA ou uma defesa explícita da
Venezuela de Nicolás Maduro — em meio à tensão militar com Washington —
poderiam prejudicar avanços diplomáticos e comerciais. O Itamaraty tenta
reverter tarifas impostas pelos americanos, e há expectativa de um encontro
entre Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio na reunião do G7, no
Canadá.
Além do impacto externo, aliados lembram que um
discurso mais alinhado a Maduro poderia afastar eleitores de centro às vésperas
da corrida presidencial de 2026. O cenário também contraria posições de
Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Equador, que enviam representantes de
menor escalão ao encontro e não apoiam manifestações em defesa da Venezuela.
A cúpula deve tratar de comércio e combate ao crime
organizado, mas o governo brasileiro pretende abordar a crise entre EUA e
Venezuela. Celso Amorim afirma que o tema é natural por envolver a região
sul-americana. Enquanto isso, países seguem divididos: Trump aumentou a
presença militar no Caribe, Petro enfrenta sanções de Washington e líderes
preferem evitar desgastes diplomáticos — inclusive com a ausência esperada de
Ursula von der Leyen.

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